domingo, 31 de outubro de 2010

4. MAIS ASPECTOS PEDAGÓGICOS

4.1 Um olhar pedagógico das interfaces do Moodle

O ensino atual está muito mais interativo, ganhando um espaço considerável na internet e formando, assim, as comunidades de aprendizagem. Essas comunidades sociais são constituídas por interlocutores invisíveis que abordam assuntos tanto de conhecimentos científicos quanto conhecimentos espontâneos. Conectados à rede, esse interlocutores criam espaços nos quais falam sobre variados assuntos. É uma troca de experiências sócias, afetivas, culturais e intelectuais. Todos, interligados, firmam relacionamentos tendo o computador como mediador.
Essas comunidades de relacionamentos são conhecidas como AVA (Ambiente Virtuais de Aprendizagem) ou LMS (Learning Management Systems) que são, na verdade, plataformas, onde são usadas ferramentas para comunicação síncrona (em tempo real) ou assíncrona (. Exemplos dessas interfaces são os sites de relacionamento (Orkut, Facebook), chats entre outros.
Através do AVA, variadas formas de aprendizado são disponibilizadas. Existem os cursos que são oferecidos via on-line, ou os que são intercalados com momentos presencias e momentos on-line.
Essas plataformas virtuais atendem a necessidades diferentes, podendo tanto abordar assuntos pedagógicos, de formação escolar, aperfeiçoamento de professores, quanto de assuntos relacionados à política, questões econômicas, etc.
Com a filosofia do software livre, outras plataformas de relacionamento foram sendo criadas, como o Moodle. Esses ambientes vêm crescendo de tal forma que já são utilizados tanto no Brasil quanto nos demais países. No Brasil, instituições públicas e privadas já fazem uso dessas plataformas.
Na plataforma Moodle as interfaces de comunicação e gerenciamento permitem mediar as atividades disponibilizadas. Os espaços para discussão dos assuntos trabalhados são ampliados, permitindo que as pessoas conectadas a esse ambiente possam contribuir com suas experiências de vida, suas opiniões particulares para uma nova e importante aprendizagem.
A comunicação síncrona (MSN, chats) é o que permite a interação entre os alunos que realizarão as tarefas propostas pelos professores (os mediadores nas discussões entre os alunos) que fazem uso do AVA como espaços de aprendizagem. Outra característica importante da comunicação síncrona é que permite a sociabilidade entre os participantes. Através dessa ferramenta, os participantes podem conversar, formar novas amizades, trocarem experiências.
A comunicação assíncrona é apresentada de forma em que os sujeitos não estão conectados na mesma hora. Ela é mais utilizada nas atividades que são realizadas a distância. Não é uma troca imediata de informações, como nos chats, utilizando-se, então, de ferramentas como o fórum, que é um espaço que permite o envio de mensagens que podem ou não ser discutidos entre os integrantes do grupo. Portanto, a interatividade é restrita. Existe a comunicação entre os sujeitos, mas a interação é limitada.
Segundo Lévy (1999) existem três níveis de interação, nos quais os sujeitos podem discutir, negociar, trocar informações ao mesmo tempo. São eles: um-todos, um-um, todos-todos.
A interatividade passa a ser o quesito “chave” nas atividades à distância, pois os sujeitos participam ativamente, emitem suas opiniões, contrapõem idéias, agem, reagem e, com isso, aprendem novas possibilidades de aprendizagem.
O professor da plataforma Moodle tem um papel fundamental nas atividades, pois deve interagir com o ambiente, gerenciar cada interface, sabendo utilizar de maneira produtiva as interfaces síncronas ou assíncronas. O professor-mediador da atividade deve saber guiar o aluno na disciplina proposta, para que este atinja o objetivo do trabalho proposto.
O professor deverá definir as interfaces mais adequadas ao objetivo de sua atividade. Ele pode alterar, incluir ou excluir determinadas interfaces, tendo autonomia para agir com a finalidade de facilitar o uso da plataforma para o aluno-sujeito de acordo com seus objetivos como educador.
Existem inúmeras interfaces, tais como o chat, o diário, os fóruns, o perfil, o blog, entre outros.
O chat é uma ferramenta que possibilita os encontros on-line, podendo-se criar, inclusive, salas particulares para serem realizadas determinadas atividades. Na plataforma Moodle o professor pode criar salas de bate papo, personalizando o ambiente para desenvolver os encontros síncronos.
O chat, que tem objetivos pedagógicos, permite a exigência de determinadas regras (construídas pelo próprio grupo) que tem a finalidade de inserir todos os alunos na conversa on-line, ou seja, ele permite que o aluno interaja com os demais colegas e professor mediador no debate. É a oportunidade do aluno-sujeito expor suas idéias e opiniões, discutindo, de maneira construtiva, as diferenças dos pontos de vista, construindo, assim, uma nova aprendizagem: uma aprendizagem coletiva.
O chat tem a função de debater assuntos relacionados com a proposta do professor. São encontros pré-definidos para que os alunos e professor discutam temas importantes para que todos atinjam os objetivos do curso proposto.
O fórum é um espaço criado para que todos possam enviar suas mensagens baseadas num determinado tema. As mensagens postadas podem ser debatidas, ficando, assim, o registro dos debates na interface “fórum” para que todos tenham acesso ao que foi discutido, sem estarem conectados simultaneamente. Como é um espaço de construção do conhecimento, o aluno precisa saber que pode se sentir a vontade para emitir suas idéias e pensamentos, com total liberdade de expressão.
No espaço fórum o professor deve escrever como se estivesse conversando com o aluno. É importante salientar que se trata de um espaço aberto para mensagens curtas e objetivas, onde o professor deve permitir uma socialização entre os alunos para que estes dialoguem temáticas abordadas pelo curso ou não. Deve haver uma abertura para a interação entre os alunos nas mensagens trocadas por eles.
O diário é um espaço onde o aluno deve registrar o seu aprendizado. Somente o professor e o aluno terão acesso a essa interface, não havendo possibilidade de outro colega ler o que foi escrito. É uma relação do professor com cada aluno, individualmente. Com isso, o aluno pode escrever sobre seus receios, suas angústias e dificuldades, bem como manifestar sua opinião para o professor em relação ao curso. Para o professor, é um espaço em que ele pode acompanhar as dificuldades e alegrias de cada aluno, podendo auxiliá-lo em suas dificuldades e incentivá-lo quando algum deles pode estar pretendendo desistir, por não se sentir seguro ou feliz com seu desempenho ou, inclusive, com o próprio curso.
Na interface tarefa, o professor disponibilizará uma tarefa para que o aluno desenvolva off-line, podendo determinar uma data para que a tarefa seja postada na plataforma. É uma atividade que permitirá que o professor verifique o saber construído pelo aluno no decorrer do curso.
O perfil é uma interface muito importante, pois é o espaço onde cada aluno disponibilizará seus dados pessoais, falando um pouco sobre si mesmo, sobre suas expectativas, qualidades, defeitos. Dependendo das afinidades entre os integrantes do grupo, novos vínculos poderão ser estabelecidos.
Atualmente, o Moodle é um ambiente importantíssimo que permite o desenvolvimento de inúmeras atividades pedagógicas, possibilitando a construção de um saber coletivo e a atuação de um aluno-sujeito-pensante na sociedade.

Referência Bibliográfica
MOODLE: Estratégias Pedagógicas e Estudos de Caso
UM OLHAR PEDAGÓGICO DAS INTERFACES DO MOODLE
Lynn Alves

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vídeo: NETiqueta Digital

O que sabe quem erra

Ação escolar e identidade social: conflitos e possibilidades

Pensar e fazer uma escola pública de qualidade para as classes populares.

Esse tem sido um grande desafio para os educadores comprometidos com uma sociedade democrática. São inúmeros os fatores que tornam esse objetivo mais difícil de ser alcançado, tais como, a desigualdade social, a qualidade de vida da população, entre outros.

O conjunto teórico/prático denominado ignorância muitas vezes não é outra coisa além de conhecimentos construídos a partir de experiências, realidades, objetivos de vida, relações sociais, estruturas de poder, tradições históricas e vivências culturais.

É preciso rever o conceito da palavra “ignorância”. Aquela criança carente, que vive numa comunidade pobre, que fala “errado” pode ser rotulada de ignorante, quando, na verdade, tem um conhecimento próprio criado a partir da comunidade em que vive e esse conhecimento é válido, pois faz parte da vida dessa criança.

A existência de dois “Brasis”.

Um deles rico, legitimado, proprietário dos bens materiais e do conhecimento, consumidor e o outro miserável, excluído, ignorante, silenciado. São realidades divididas, com muito pouco ou nenhum contato. São grupos sociais que partilham o mesmo espaço e tempo, mas que parecem não compartilhar o mesmo mundo.

Culturas Híbridas.

Essa dupla imagem do Brasil, que implica ruptura e isolamento, pode ser substituída pelo cenário uniforme, caracterizado por Canclini (1989) de culturas híbridas, que se guia pela finalidade de construir formas mais democráticas de vida social. A idéia de Culturas híbridas é a de que sejam propostos novos caminhos para o estabelecimento de relações de poder em que a autoridade seja democraticamente compartilhada entre esses dois mundos, que de uma maneira ou outra, estão interligados.

O papel da escola

Com o acesso das classes populares à escola se faz necessário um novo modelo de escola, formulando novas possibilidades. Ou seja, precisamos democratizar isso, para que tanto alunos pobres quanto ricos tenham o mesmo acesso à cultura. É importante rever também os padrões de avaliação, do que é certo ou errado. O que muitas vezes poderia ser interpretado como sucesso escolar, é visto como fracasso, pois o ensino parece estar condicionado a uma única possibilidade de interpretação. Se isso persistir, os alunos que conseguirão “sucesso” escolar serão aqueles que somente armazenam informações ao invés de refletir e opinar sobre elas.

Formação de professores

É importante ressaltar que os professores precisam de auxílio para reavaliar sua dinâmica escolar, é preciso que haja um preparo adequado por parte das universidades e um incentivo por parte do governo. Falta suporte ao professor para que ele consiga atingir plenamente o objetivo de levar conhecimento associado à reflexão e não ao simples repasse de conteúdo.

Não são os níveis educativos que impulsionam os indivíduos para melhores posições laborais, fortalecendo as estruturas de produção e melhorando a distribuição de renda; são as estruturas mundiais de produção que condicionam a dinâmica ocupacional mundial, definindo as relações de trabalho e direcionando o sistema educativo mundial e nacional.

No entanto, a escola é um importante espaço de luta por hegemonia e é importante também para a socialização dos conhecimentos e valores. O interesse pela escola pode ter significados distintos. Para as classes populares, estudar significa conseguir um bom emprego no futuro, já para a classe dominante estudar significa socializar-se. Os altos índices de fracasso escolar evidenciam a incapacidade da escola em alcançar coletivamente resultados satisfatórios, no entanto, apesar disso as crianças continuam tentando aprender e vão à aula enquanto podem, o que revela que a escola é importante para as famílias.

Precisamos deixar claro que tipos de qualidade escolar estamos buscando, para que seja possível a construção de uma escola verdadeiramente conectada às necessidades, desejos e possibilidades das classes populares.

Precisamos de uma sociedade mais solidária, pois o sucesso escolar depende também de formas mais democráticas de vida social. Precisamos ouvir as vozes silenciadas, atentar para a realidade do aluno, pois para que ele obtenha sucesso é preciso abandonar práticas que calam e assumir práticas que ajudam a “falar”, ou seja, precisamos preparar o aluno para saber expressar sua opinião.

O modo como a escola, o professor e o aluno sujeitos do processo ensino/aprendizagem assumem o diálogo entre o saber e o não-saber dentro do movimento de construção de conhecimentos organizados pela escola é um importante articulador do movimento de manutenção/transformação das práticas pedagógicas e, em conseqüência, da produção dos resultados escolares.

A escola não pode impor seus métodos ao professor, assim como este não pode impor seus métodos aos alunos. É necessário que haja um diálogo entre todos para que a melhor prática pedagógica seja selecionada, levando-se em consideração as particularidades de cada turma. Os alunos, sentindo-se mais à vontade, participarão mais efetivamente das aulas e, certamente, terão bons resultados escolares.

Como melhorar a qualidade do ensino?

Compreendendo a realidade, buscando encontrar e entender o que não chegou a ser realizado, as alternativas não escolhidas, os silêncios, o oprimido, o desconhecido, o proibido, as vozes, que por não serem escutadas, parecem ausentes. A teoria nos ajuda a ter interpretações diferentes da realidade. Segundo Morin (1999) ela é um dos fatores que orienta a tradução do real em idéias, nos ajudando a olhar, ver, indagar, interpretar e organizar a realidade.

Texto elaborado a partir da teoria da autora Maria Tereza Esteban

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fatores que Afetam o Sucesso dos Alunos

Na maioria dos cursos e programas de educação a distância, pelo fato de a participação geralmente ser voluntária, parte dos alunos que iniciam programas não os conclui. No passado era comum que nesses casos o índice de desistência permanecesse entre 30% e 50%; atualmente, o índice deve estar próximo de 30% (e para cursos universitários com contagem de créditos é comparável aos cursos tradicionais, isto é, menos de 10%). Durante muitos anos, administradores e pesquisadores têm se empenhado para compreender por que alguns alunos desistem, na esperança de melhorar a porcentagem de alunos que terminam o curso.

Uma das muitas dificuldades metodológicas dessa pesquisa é que a desistência geralmente não é resultado de uma única causa, mas de um acúmulo e uma variedade de causas. Alguns pesquisadores desenvolveram modelos formais para prever a conclusão (por exemplo, Billins, 1988; Kember, 1989).

Alguns estudos identificaram determinados fatores que são prognósticos de conclusão provável de um curso de educação a distância. Eles incluem:

• Intenção de concluir – Os alunos que expressam determinação para concluir um curso geralmente conseguem fazê-lo. Por outro lado, os alunos inseguros a respeito de sua capacidade para concluir apresentam grande probabilidade de desistência.

• Entrega antecipada – Os alunos que entregam a primeira tarefa escolar antecipadamente ou pontualmente têm maior probabilidade de concluir o curso de modo satisfatório. Cmo exemplo da pesquisa, Armstrong et al. (1985) constataram que 84% dos alunos que entregam a primeira tarefa nas primeiras semanas concluíram o curso com sucesso, enquanto que 75% dos que levaram mais de dois meses para entregar a tarefa não concluíram o curso.

• Conclusão de outros cursos – Os alunos que terminaram com sucesso um curso de educação a distância têm probabilidade de concluir os cursos subseqüentes.

O conhecimento de fatores como esses pode ser usado pelos instrutores ou orientadores para identificar alunos em “situação de risco” que podem precisar de apoio adicional ou aconselhamento, a fim de concluir o curso. À medida que um número cada vez maior de cursos é ensinado pela educação a distância, uma ampla compreensão das circunstâncias que facilitam a conclusão do curso é importante para os profissionais que os elaboram, os administradores e os instrutores.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – Uma Visão Integrada

Michael MOORE & Greg KEARSLEY

Editora Thomson - 2007

Passo-a-passo - AVATARES PARA BLOGS E SITES


Get a Voki now!




PASSO-A-PASSO PARA INSERIR AVATAR – PARA BLOG OU SITE:

Existem sites que disponibilizam “avatares” – aqueles personagens que falam e interagem com o público – para inseri-los em sites ou blogs... ou ainda em qualquer página que tenhas acesso à edições na web.

Como acontece com a maioria dos recursos disponibilizados aqui, temos sites gratuitos e pagos. Obviamente que os pagos são mais completos, com mais recursos, mas isso não faz com que as ferramentas gratuitas sejam menos interessantes.

Como exemplo, vou explicar os passos para inserir avatares do site http://www.voki.com/create.php que é totalmente gratuito (mas também disponibiliza a conta

INICIANDO:
• Acessar o endereço http://www.voki.com/create.php
• Faça seu registro (parte superior direita da tela) – é rápido e simples, basta inserir seu e-mail, senha escolhida e data de nascimento. Depois, na segunda tela, ponha seu nome, gênero, Cidade, Estado, CEP, País (todas estas informações são opcionais).
• Depois de confirmar seu e-mail, basta acessar o site com seu novo login (e-mail) e senha.
PRIMEIRO PROJETO:
Após o acesso, você estará em sua conta dentro do site. Escolha “Create a New Voky” e o primeiro avatar já aparece automaticamente, aguardando que você o edite, conforme suas necessidades. Então vamos por partes:
No quadro ao lado do avatar, com título “Customize Your Character”, e teremos algumas opções a fazer:
• Tipo de avatar: (aba HEAD) os tipos disponíveis são “DOGS, CATS, CLASSIC, etc”. Basta apertar os botões laterais para as opções aparecerem. Escolha um de sua preferência. (em nosso blog, eu utilizei modelos do tipo “ANIME”). Ainda nesta aba você pode escolher outros modelos de cabelo e boca – clicando nos ícones com desenho.
• Agora vá para a aba CLOTHING. Escolha a roupa que mais lhe agrada, e vista seu avatar (ícones para escolher camisa/blusa e acessórios – se houver).
• Na aba BLING, você pode escolher ouros acessórios conforme seu gosto, ou mesmo, deixar sem nenhum.
• Há o esquema de cores, abaixo do avatar, que pode ser utilizado em qualquer uma destas etapas, mas para não dificultar, pode manter as configurações padrões que já há bastantes opções para os primeiros projetos.
• Depois do avatar montado, clique em DONE, na aba inferior (verde). Pronto seu avatar está criado, agora vamos para a voz.
Após concluir seu avatar, irão aparecer quatro ícones com desenhos, que são as formas que você tem a disposição para colocar a vos nele.
• Voz: “Give It A Voice”.
• Ícone telefone – “Record by Phone” – você pode gravar o que seu avatar falará por meio de uma gravação no telefone.
• Ícone tecla – “Text To Speech” – Você vai digitar o texto que seu avatar deve falar (em nosso blog, utilize este recurso).
Clicando na tecla, abrirá um espaço onde você coloca o texto. Logo abaixo escolhe a linguagem “Accent/Language”. Abaixo deste “VOICE”, você escolherá a voz e o “sotaque” do avatar – para português do Brasil, escolha uma voz onde esteja escrito “Brazil” – exemplo: Gabriela (Brazil)
• Ícone microfone – “Record With Microphone” – Você pode utilizar um microfone para gravar o que o avatar falará.
• Ícone arquivo – “Upload An Audio File” – Você pode enviar um arquivo de áudio (tipo o que utilizamos no podcast – um arquivo pré-gravado) e o avatar falará o que for enviado.
Feito isso, clique novamente em DONE, na parte inferior do quadro.
Agora faltam mais dois ícones:
• Ícone árvore “Backgrounds” – escolha o fundo do ambiente onde está o avatar. Eu utilizei o grupo “INDOORS”. Aperte DONE.
• Ícone retrato “Players” – Escolha o tema do quadro (cor dos botões de controle). Aperte DONE.

Seu avatar está pronto, agora vamos à PUBLICAÇÃO:
Aperte o botão Publish, no canto inferior direito.
Abrirá um quadro pedindo o nome do projeto. Dê o nome que quiser, e aperte SAVE. Aguarde e aparecerá uma mensagem “Your Scene hás been saved”. Clique em Close.

Pronto, seu avatar já tem voz, pode clicar no quadro, em “play” e testar como ficou.

Adicionando ao seu site ou blog:
Depois de pronto, ao lado do quadro do avatar aparecem algumas opções (quatro). Nós utilizaremos a primeira: “Add To Your Site”. Lá temos algumas escolhas a fazer:
• Size: É o tamanho do quadro que será colocado em seu site/blog. Eu usei o pré-definido, ou seja, (200 x 267).
• Com exceção do “My Space”, todos outros destinos utilizarão o código do primeiro quadro, denominado “For Most Use This Code”. Clique nele para copiar – vamos colar este código em seu site/blog.

Copie e vá para o seu blog, como se fosse colocar um post comum. Nosso grupo utilizou o Blogger, então vou explicar como postar lá, mas a idéia é praticamente a mesma para todos os blogs, o que mudam são as denominações dos comandos.
• Clique em NOVA POSTAGEM.
• Dê um título ao posto e vá para o campo onde normalmente escreve suas postagens.
• No Blogger, existem duas abas, no canto superior direito do campo reservado ao texto da postagem. Elas têm os nomes “Editar HTML” e “Escrever”. Escolha a aba “Editar HTML”.
• Cole o código que copiou anteriormente no site do avatar.
• Clique em PUBLICAR POSTAGEM.
• Visualize se o avatar aparece no blog. Teste se ele está falando aquilo que você pré-determinou.
• Pronto, seu avatar já está no ar!!!

Para outros provedores de blog, procure na área de postagem, onde está a opção de escrever ou editar código em HTML, ou algo parecido, o importante é que esteja no módulo HTML para colar o código, pois somente assim ele será decifrado e seu avatar aparecerá.

Para sites, você deve ter acesso ao código HTML do site. Funciona da mesma maneira, estando no módulo “editar HTML”, basta colar o código lá e pronto. Quem tem alguma intimidade com HTML pode fazer alguns ajustes, como centralizar o quadro, por exemplo. E é isso! Ao trabalho pessoal!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

EVASÃO EM CURSOS A DISTÂNCIA

“... O abandono dos estudos representa um dos mais preocupantes problemas da EAD enfrentados na atualidade. Qual a sua percepção sobre as reais causas que levam o aluno a desistir do objetivo de fazer um curso de EAD?..."

Já vi muitos estudos a respeito da evasão em cursos de EAD e quais suas prováveis causas. Como acontece na maioria dos estudos, eles avaliam o que acontece na “maioria” dos casos, mas não há um consenso do real PORQUE deste número elevado de desistências por parte dos participantes (e algumas vezes, da desistência velada por parte de alguns tutores/monitores de turma).

Há o fator motivação, citado por muitos e que creio, realmente leva alguns a desistência. Ser constante e incansavelmente motivado por terceiros ajuda, sim, sem dúvida... mas é um fator crucial? Decisivo?

Também há o fator tempo, que também causa o mesmo efeito, seja na relação com o trabalho, com a família ou simplesmente pela falta de organização e gestão do tempo disponível. Em minha opinião, cabe aqui a colocação de outro fator, que, penso, ainda não foi mencionado: o fator prioridade em determinado ponto da vida do aluno.

Mas será que necessitamos eternamente de motivação externa para buscarmos nosso aperfeiçoamento pessoal ou também tem a ver com o amadurecimento interno de cada indivíduo? Uma pessoa determinada e decidida a alcançar certos conhecimentos e/ou competências necessita, invariavelmente de motivação por parte de terceiros? Talvez alguns, mas não podemos fazer disto uma regra. Para provar meu ponto de vista coloco o seguinte exemplo:

Existem cursos disponibilizados na web que são gratuitos, de livre acesso, sem interatividade (ao menos não obrigatória), sem tutores (ao menos não na forma como conhecemos na grande maioria), sem custos (o que poderia motivar alguns a concluir aquilo que “já está pago” em termos financeiros). Se necessitássemos sempre destes estímulos externos, então cursos gratuitos, sem mediação, sem feedbacks, sem interatividade, e, o que considero talvez o mais importante destes fatores, sem a necessidade de emissão de certificados, não teria quorum, não seriam procurados por ninguém, ainda... nem existiriam. Mas isso não e verdade! Esses cursos existem e estão à disposição de quem quiser (ou quem tiver acesso a eles) e são muito procurados.

Porque então todos os fatores que discutimos aqui como possíveis fontes de evasão de cursos no formato ead não se encaixam em cursos gratuitos? A minha resposta é uma só: porque não são estas as causas mais prováveis.

Em minha opinião, a evasão no ead se dá por fatores internos de cada indivíduo. Se não fosse assim, necessitaríamos de um ambiente perfeito para desempenharmos nosso papel de alunos de forma satisfatória. Quer dizer: teríamos que estar sem nenhuma outra atividade paralela (incluindo trabalho, família, outros projetos, etc...), teríamos que ter os melhores e mais exímios profissionais a nossa disposição para que estes nos motivassem, a todo o momento, em todos os cursos, em todos os momentos.

Precisaríamos de conhecimentos prévios dos mais variados (multidiciplinares ao extremo), para que nunca nos sentíssemos excluídos nem intimidados pelas novidades ou pelo desconhecido. Será mesmo que isso é possível?

Será que este ambiente “ideal” realmente é real em algum momento, com todas as variantes trabalhando a nosso favor? Creio que não.

Mas então, qual a explicação para a motivação variável entre os participantes de um curso? Simplifico aqui com uma frase que minha querida avó costumava dizer quando eu teimava ainda criança: “não se ensina nada a quem não quer aprender”. Os outros fatores são importantes? Sim!!! Muito!!! Mas não são decisivos. Quem decide somos nós mesmos, de dentro para fora... ao menos é o que penso...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PodCast

REVISTA - NOVA ESCOLA - ENTREVISTA COM: LÉA FAGUNDES, SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL

O que a senhora diria a um professor que nunca usou um computador e precisa incorporar essa ferramenta em sua rotina de trabalho?
Que não tenha medo de errar nem vergonha de dizer "não sei" quando estiver em frente a um micro. O computador não é um simples recurso pedagógico, mas um equipamento que pode se travestir em muitos outros e ajudar a construir mundos simbólicos. O professor só vai descobrir isso quando se deixar conduzir pela curiosidade, pelo prazer de inventar e de explorar as novidades, como fazem as crianças.

Como deve ser uma capacitação que ajude o professor a se adaptar a essas novas exigências?
É fundamental que a capacitação ofereça ao professor experiências de aprendizagem com as mesmas características das que ele terá de proporcionar aos alunos, futuros cidadãos da sociedade conectada. Isso pede que os responsáveis pela formação se apropriem de recursos tecnológicos e reformulem espaços, tempos e organizações curriculares. Nunca devem ser organizados cursos de introdução à microinformática, com apostilas e tutoriais. Esse modelo reforça concepções que precisam ser mudadas, como a de um curso com dados formalizados para consultar e memorizar. Em uma experiência desse tipo, o professor se vê como o profissional que transmite aos estudantes o que sabe. Se ele não entende de computação, como vai ensinar? Aprender é libertar-se das rotinas e cultivar o poder de pensar!

Que competências os educadores devem adquirir para utilizar com sucesso os recursos da informática?
Os professores em formação necessitam desenvolver competências de formular questões, equacionar problemas, lidar com a incerteza, testar hipóteses, planejar, desenvolver e documentar seus projetos de pesquisa. A prática e a reflexão sobre a própria prática são fundamentais para que os educadores possam dispor de amplas e variadas perspectivas pedagógicas em relação aos diferentes usos da informática na escola.

Onde o professor pode buscar informações sobre inclusão digital?
Ele pode visitar sites e participar de grupos de discussão. Consultar revistas especializadas e cadernos especiais dos jornais também ajuda muito. Outro caminho é buscar conhecimentos mais específicos com estudantes de escolas técnicas ou de cursos de graduação em informática e ouvir os próprios alunos.

É comum encontrar estudantes que têm mais familiaridade com a informática do que o professor. Como tirar proveito disso?
Transformando o jovem em um parceiro do adulto. Quando isso acontece, a relação educativa deixa de ser hierárquica e autoritária e passa a ser de reciprocidade e ajuda mútua. O educador não deve temer que o estudante o desrespeite. Ao contrário, o adolescente vai se sentir prestigiado por partilhar sua experiência e reconhecer a honestidade do professor que solicita sua ajuda. Esse fato é determinante para a criação de um mundo conectado.

A senhora coordena programas ligados à inclusão digital em escolas públicas. Que lições tirou dessa experiência?
Na década de 1980, descobri que o computador é um recurso "para pensar com", e que os alunos aprendem mais quando ensinam à máquina. Em escolas municipais de Novo Hamburgo, crianças programaram processadores de texto quando ainda não existiam os aplicativos do Windows, produziram textos de diferentes tipos, criaram protótipos em robótica e desenvolveram projetos gráficos. Hoje, encontro esses meninos em cursos de ciência da computação, mecatrônica, engenharia e outras áreas. Na Escola Parque, que atendia meninos de rua em Brasília, a informática refletiu na formação da garotada, melhorando sua auto-estima e evidenciando o desempenho de pessoas socialmente integradas. Alguns desses garotos foram contratados como professores e outros como técnicos.

Os alunos da rede pública têm o mesmo desempenho no uso da informática que os de escolas particulares e bem equipadas?
Sim. A tese de doutorado que defendi em 1986 me permitiu comprovar o funcionamento dos mecanismos cognitivos durante a construção de conhecimentos. Nos anos 1990 iniciei as experiências de conexão e confirmei uma das minhas hipóteses: as crianças pobres consideradas de pouca inteligência pelas escolas, quando se conectam e se comunicam no ciberespaço, apresentam as mesmas possibilidades de desenvolvimento que os alunos bem atendidos e saudáveis.

A educação brasileira pode vencer a exclusão digital?
Há excelentes condições para que isso aconteça. No Brasil já temos mais de 20 anos de estudos e experiências sobre a introdução de novas tecnologias digitais na escola pública. Esses dados estão disponíveis. O Ministério da Educação vem criando projetos nacionais com apoio da maioria dos estados, como o Programa Nacional de Informática Educativa (Proninfe) e o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo). Muitas organizações sociais e comunitárias também colaboram nesse processo.

O que mais emperra o uso sistemático da informática nas escolas públicas?
A falta de continuidade dos programas existentes nas sucessivas administrações. Não se pode esperar que educadores e gestores tomem a iniciativa se o estado e a administração da educação não garantem a infra-estrutura nem sustentam técnica, financeira e politicamente o processo de inovação tecnológica.

Como o computador pode contribuir para a melhoria da educação?
Inclusão digital não é só o amplo acesso à tecnologia, mas a apropriação dela na resolução de problemas. Veja a questão dos baixos índices de alfabetização e de letramento, por exemplo. Uma solução para melhorá-los seria levar os alunos a sentir o poder de se comunicar rapidamente em grandes distâncias, ter idéias, expressá-las como autores e publicar seus escritos no mundo virtual.

Nossas escolas estão preparadas para utilizar plenamente os recursos computacionais?
A escola formal tem privilegiado essa concepção: é preciso preparar a pessoa para que ela aprenda. Mas o ser humano está sempre se desenvolvendo. Assim, as instituições também estão constantemente em processo. Por isso, a escola não precisa se preparar. Ela começa a praticar a inclusão digital quando incorpora em sua prática a idéia de que se educa aprendendo, quando usa os recursos tecnológicos experimentando, praticando a comunicação cooperativa, conectando-se. Mas algumas coisas ainda são necessárias. Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, externo, de trocas. Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e sair da passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia administrativa.

Existe um padrão ideal de escola que usa a tecnologia em favor da aprendizagem?
Não é conveniente buscar padrões. Como sugeria Einstein, quando se trata de construir conhecimento é mais produtivo infringir as regras. O primeiro passo é reestruturar o espaço e o tempo escolares. Devemos dar condições para que os estudantes de idades e vivências diferentes se agrupem livremente, em lugares próximos ou distantes, mas com interesses e desejos semelhantes. Eles vão escolher o que desejam estudar. Essa liberdade definirá suas responsabilidades pelas próprias escolhas. Os professores orientarão o planejamento de forma interdisciplinar. Isso tudo é possível com o registro em ambiente magnético, que é de fácil consulta. Toda a produção pode ser publicada na internet, intercambiada e avaliada simultaneamente por professores de diferentes áreas.

Qual é sua avaliação sobre a proliferação de centros de educação a distância?
Nestes tempos de transição vamos conviver com projetos honestos e desonestos, alguns bem orientados e outros totalmente equivocados. O pior dos males é a voracidade do mercado explorador da educação a distância. Espero que a própria mídia tecnológica dissemine informações para o público interessado ter condições de analisar esses centros. É importante discriminar os cursos consistentes dos que "vendem ensino", ou seja, que reproduzem o ensino da transmissão, fora de contexto, em que o aluno memoriza sem compreender.


Léa da Cruz Fagundes
Gaúcha, com 58 anos de magistério, a coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul dedica-se há mais de 20 anos à informática educacional. Psicóloga com mestrado e doutorado com ênfase em informática e conferencista internacional requisitada, Léa Fagundes preside atualmente a Fundação Pensamento Digital, organização não governamental que dissemina a computação entre populações carentes.


http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/podemos-vencer-exclusao-digital-425469.shtml

domingo, 24 de outubro de 2010

Curso DOI

Curso DOI

Os professores estão na mira de todos os discursos

Revista Pátio
Ano VII - Nº 27 - Dilemas Práticos dos Professores - Agosto à Outubro
2003
Entrevista
António Nóvoa
"Os professores estão na mira de todos os discursos. São o alvo mais
fácil a abater"


Ser professor é o mais impossível e o mais necessário de todos os
ofícios. Quem afirma é o educador português António Nóvoa, vice-reitor
da Universidade de Lisboa. Doutor em Educação e catedrático da
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de
Lisboa, Nóvoa preside a Associação Internacional de História da
Educação e é bastante conhecido dos professores brasileiros, que
costumam lotar suas conferências. "Ser professor implica um corpo-a-
corpo permanente com a vida dos outros e com a nossa própria vida.
Implica um esforço diário de reflexão e de partilha"
, diz Nóvoa nesta
entrevista, concedida à Pátio por e-mail pouco antes de vir ao Brasil
para participar do Congresso Internacional sobre Avaliação na
Educação, em Curitiba, e do II Congresso de Educação do Marista de
Salvador, ambos em julho. Ao longo da conversa, fica clara a
importância que António Nóvoa atribui à cooperação e ao intercâmbio
nas escolas para o exercício do impossível e necessário ofício de
professor. "Ninguém é professor sozinho, isolado. A formação exige
partilha. A atividade docente necessita de dispositivos de
acompanhamento",
afirma. Esta e outras idéias são discutidas a seguir,
com a lucidez e a clareza que caracterizam o pensamento de António
Nóvoa.

Pátio - Estão acontecendo reformas educacionais em vários países do
mundo. Como o senhor vê essas reformas e qual a possibilidade de elas
terem efeitos duradouros em uma instituição como a escola, que é
sabidamente resistente a mudanças?
António Nóvoa - Vivemos em uma sociedade do espetáculo e do consumo. A
mídia dramatiza os debates educativos, por vezes até o limite do
insuportável, e impõe-nos idéias feitas, rankings, classificações e
hierarquias que servem aos propósitos de uma relação consumista com a
escola. Os alunos e as famílias são vistos como "clientes" que devem
proteger os seus interesses. É uma atitude legítima, pois, quando não
há um projeto coletivo coerente, prevalecem os interesses individuais.
Porém, é uma atitude que condena, a longo prazo, a concepção da
educação como um "bem comum". Muitas reformas educacionais atuais são
portadoras dessa "educação bancária", uma nova versão daquela que há
tempos foi denunciada por Paulo Freire. Agora, não é tanto a relação
professor-aluno que está em causa, mas sim a relação escola-família.
Na minha opinião, é bom resistir a essas mudanças.Temos tendência para
encarar a mudança como um "valor positivo". Infelizmente, muitas vezes
muda-se para pior! A educação exige grande serenidade e bom senso. Não
podemos correr atrás da primeira moda!

Pátio - O que lhe parece que seria necessário em uma "mudança para
melhor"?
Nóvoa - São três os aspectos que me parecem centrais na refundação da
escola: uma nova organização do trabalho escolar, uma nova relação com
o espaço cultural e uma nova concepção do conhecimento. Quero referir-
me, em primeiro lugar, à necessidade de adotarmos formas inovadoras de
trabalho, quebrando a rigidez tradicional do "modelo escolar" e
desenvolvendo práticas de diferenciação pedagógica, de redefinição dos
espaços e tempos letivos, de gestão integrada dos ciclos de
aprendizagem, de reconceitualização do currículo. Em segundo lugar,
quero salientar a importância de repensar o lugar da escola, já não
como um "templo do saber", recolhido e isolado da sociedade, mas como
uma "peça" (uma peça importante, mas apenas uma peça!) de um espaço
cultural habitado por saberes e instituições que devem tomar parte
ativa no esforço de educar e de formar. Por último, quero chamar a
atenção para a urgência de romper com concepções excessivamente
"clássicas" do conhecimento, abrindo o currículo à contemporaneidade
(cultural, artística, científica, tecnológica) e favorecendo a
reflexão crítica sobre o próprio saber.

Nada disso é novo. Há muito que sabemos o que é preciso fazer. Agora,
é preciso ter a coragem de fazer. Não é uma questão de boas intenções.
É uma questão de vontade e de competência.

Pátio - Hoje em dia, fala-se muito em profissionalização dos
professores. O que é preciso para se efetivar realmente essa
profissionalização?
Nóvoa - Os professores estão na mira de todos os discursos. São o alvo
mais fácil a abater. No passado, construíram uma imagem social
respeitada: eles detinham as chaves da mobilidade social e o prestígio
do saber. Hoje, há meios mais eficazes de promoção na sociedade, e o
saber (ou, ao menos, a informação) expandiu-se um pouco por toda a
parte. Os professores ressentiram-se dessa dupla perda e têm
dificuldade em reconstruir uma nova identidade profissional. São
estes, a meu ver, os dois dilemas da profissionalização dos
professores.

O século XX assistiu a um interesse sem precedentes pela educação da
infância e da juventude. O que era assunto de alguns - os professores
- passou a ser preocupação de todos. Foi uma transformação
importantíssima. Contudo, no caso do ensino, ela ajudou a fomentar a
ilusão de que as tarefas docentes podiam ser desempenhadas por
qualquer um. Definir um lugar profissional específico em um campo
socialmente tão saturado é uma missão quase impossível.

Pátio - Quais as competências necessárias a essa profissionalização?
Nóvoa - Mais do que elaborar uma "lista de competências" (conceito
controverso, aliás!), importa insistir em três pontos: primeiro, na
necessidade de uma sólida formação inicial, que dote os professores de
um bom repertório teórico e metodológico; segundo, na importância de
acompanhar os jovens professores, permitindo-lhes um tempo de
transição, de aprendizagem do ethos e das rotinas da profissão;
terceiro, no caráter decisivo de uma integração em um grupo docente
que, no quadro de projetos de escola, promova uma atitude de formação,
de reflexão e de inovação.

Pátio - Significa dar ao professor uma maior valorização dentro da
escola?
Nóvoa - Sem dúvida. Muitas vezes, centramos a nossa energia no
primeiro tempo da formação (a formação inicial) e esquecemos os outros
dois tempos. Por um lado, o tempo "curto" de transição entre a
formação e a profissão, isto é, os primeiros anos de exercício
profissional, que são, talvez, os mais decisivos na vida de um
professor. Muito do nosso futuro como professores joga-se nesse
período de contato com a realidade escolar e profissional. É aqui que
os jovens professores mais necessitam de apoio, de um acompanhamento
próximo dos colegas experientes, de um espaço de debate e de diálogo
que os ajude a se integrarem na profissão. Por outro lado, o tempo
"longo" do nosso percurso profissional, vivido dentro de escolas que
têm de ser, elas próprias, lugares de formação. É por isso que me
parece tão importante reorganizar as escolas como espaços de
aprendizagem cooperativa, onde os professores possam ir formando-se em
um diálogo e em uma reflexão com os colegas. Ninguém é professor
sozinho, isolado. A formação exige partilha. A atividade docente
necessita de dispositivos de acompanhamento.

Pátio - O professor pode ensinar e, ao mesmo tempo, ser um
pesquisador?
Nóvoa - Quando falo de acompanhamento, quero referir-me a um
acompanhamento dialógico, à inscrição na rotina profissional de
hábitos de discussão e de reflexão. Inevitavelmente, estamos falando
do "professor como pesquisador". É um debate difícil, pois está
marcado por duas resistências muito fortes. Por um lado, a crítica
daqueles que consideram que "a ciência começa onde o senso comum
acaba" e que, portanto, não aceitam a possibilidade de um pensamento
reflexivo baseado na experiência. Por outro lado, a suspeição contida
em um velho provérbio chinês - "a experiência é uma lanterna que
trazemos às costas e que apenas ilumina o caminho já percorrido" - que
chama a atenção para a dificuldade de inovar a partir da experiência.
Essas duas "resistências" têm sentido. É preciso cuidado para não
transformar a pesquisa em mera reprodução do senso comum ou da
tradição. Mas, hoje em dia, é impossível desperdiçar a experiência e,
sobretudo, a reflexão sobre a experiência.

Pátio - Qual a saída?
Nóvoa - É aqui que entra um novo conceito de pesquisa. O conhecimento
do professor depende de uma reflexão prática e deliberativa. Depende,
por um lado, de uma reelaboração da experiência a partir de uma
análise sistemática das práticas. É essa análise sistemática que
permite evitar as armadilhas de uma mera reprodução de idéias feitas.
Depende, por outro lado, de um esforço de deliberação, de escolha e de
decisão que passa por uma intencionalidade de sentidos. A reflexão e a
decisão pertencem a duas ordens distintas. E uma não conduz,
inevitavelmente, à outra. É essa intencionalidade que permite virar a
"lanterna da experiência" para frente, de forma que ilumine o presente
e o futuro, e não apenas o passado...

Pátio - O que é necessário para que isso aconteça?
Nóvoa - Nos últimos anos, vulgarizou-se o conceito de "transposição
didática" para falar do ato de ensinar. Pessoalmente, parece-me mais
adequado falar de "transposição deliberativa", uma vez que a ação do
professor depende de um trabalho de deliberação, na dupla perspectiva
da "reflexão" e da "decisão". Ora, esse trabalho de deliberação exige
uma atitude de pesquisa que tem uma dimensão individual (de reflexão
de cada um sobre a sua própria experiência) e uma dimensão coletiva
(de confronto da nossa reflexão com o olhar dos outros, em particular
dos outros colegas). O que exige, sem dúvida, condições de trabalho e
de exercício profissional que, muitas vezes, não existem nas nossas
escolas. Exige, além disso, uma ligação mais íntima entre o espaço
escolar e o espaço universitário. O que exige, por último, um esforço
de formalização e de escrita. A pesquisa passa sempre por uma prática
de escrita que ajuda à formalização de um saber específico, à sua
partilha e ao reconhecimento social de um dado grupo profissional.
Escrever é um dos modos mais eficazes de transformar a experiência em
conhecimento. Por isso, é tão importante que os professores assumam
uma palavra escrita.

Pátio - De que forma o uso de materiais multimídia na sala de aula tem
sido um dos propulsores das reformas? O professor está preparado para
trabalhar nesta sociedade da informação?
Nóvoa - Podemos dizer que, hoje em dia, ninguém está preparado para
trabalhar nesta "sociedade da informação", com um volume absurdo de
informação ao alcance de toda a gente e uma desatualização permanente
dos conhecimentos. Há dias, ouvi um conceituado cientista dizer: "Eu
sei que 50% dos conhecimentos que ensino nas minhas aulas estão
ultrapassados. O meu problema é que não sei identificar a metade que
está ultrapassada e a metade que não está".

Os trabalhos de Manuel Castells sobre a Galáxia Internet são muito
interessantes para compreender a importância de adquirir "uma
capacidade intelectual de aprender a aprender ao longo da vida,
recuperando a informação que está digitalmente armazenada e utilizando-
a para produzir conhecimento". Como ele diz, estamos diante de uma
mudança radical: "antes de começarmos a mudar a tecnologia, a
reconstruir as escolas e a voltar a formar os professores,
necessitamos de uma pedagogia nova, baseada na interatividade, na
personalização e no desenvolvimento de uma capacidade autônoma para
aprender e para pensar". Este é um dos grandes desafios do futuro para
os professores.

No entanto, não vale a pena entrarmos em uma agitação frenética e
anunciar todos os dias uma "revolução tecnológica". Fornecer os
instrumentos de cultura, desenvolver metodologias de tratamento da
informação, aprender a organizar o seu próprio trabalho ou elaborar
formas de comunicação verbal e escrita são, desde o princípio do
século XX, algumas das principais preocupações inscritas nas melhores
experiências pedagógicas. O patrimônio histórico dos professores é a
melhor garantia do seu futuro. Tudo se passa, é certo, em um novo
ambiente social e tecnológico. Mas não façamos disso um bicho-de-sete-
cabeças.

Pátio - É possível priorizar o afeto, a formação integral, quando os
professores trabalham com turmas grandes, que precisam ser
"controladas" e que devem mostrar resultados?
Nóvoa - Eu vou dizer duas coisas sobre o afeto e a formação integral
que os educadores, de um modo geral, não gostam de ouvir. Peço que
tentem ler historicamente as minhas palavras.

O afeto é um elemento central de qualquer processo de aprendizagem.
Não é possível aprender sem uma dimensão de risco, de passagem do
desconhecido para o conhecido, de esforço pessoal, de aventura. E tudo
isso necessita de um suporte afetivo, de uma rede de afetos.
Porém, a
função da escola não é primordialmente afetiva. John Dewey disse isso
há muito tempo. Mais do que uma "comunidade", onde as pessoas se
escolhem e a vida coletiva é baseada em afetos, a escola deve ser uma
"sociedade", isto é, um lugar onde se aprendem as regras da vida em
comum, onde se trabalha com objetivos bem definidos, onde se procura
que cada um vá o mais longe possível no seu desenvolvimento. Philippe
Meirieu explicou-o muito bem ao falar dos "jovens em dificuldade", ao
dizer que o problema principal que eles enfrentam não é uma "ausência
de comunidade", mas sim uma "ausência de sociedade": "não conseguimos
construir com eles a possibilidade de aceder a uma relação de respeito
mútuo, de escuta mútua, de colaboração mútua em um lugar que não é,
primordialmente, um lugar afetivo, um lugar de dominação de um guru
qualquer, um lugar onde a personalidade individual se esbate no seio
de manifestações tribais coletivas".

A formação integral é, juntamente com a autonomia, o conceito-chave da
pedagogia moderna. Ninguém duvida da importância de formar a pessoa na
sua inteireza. As recentes descobertas das neurociências reconfortam-
nos na impossibilidade de separar a consciência, as emoções e o
sentimento. Pensamos com o corpo e sentimos com a inteligência. Mas a
idéia de formação integral conheceu alguns desvios totalitários, que
nos levaram a confundir a condição privada e a condição pública do
educando, acabando por tudo querer controlar. A crença na formação de
um "homem novo" situa-nos na fronteira do intolerável. E a autonomia
quantas vezes não foi além daquela anunciada por Rousseau: "O aluno só
deve fazer o que quer. Mas só deve querer o que vocês querem que ele
faça. Não deve dar um passo sem que vocês o tenham previsto. Não deve
abrir a boca sem que vocês saibam o que ele vai dizer".

Pátio - Isso coloca em xeque algumas das principais convicções
pedagógicas.
Nóvoa - É verdade. Não podemos continuar a repetir, sem um olhar
crítico, idéias que fundaram a pedagogia moderna, mas que hoje
precisam ser repensadas. E, no entanto, também eu concordo que é
preciso "colocar os afetos dentro da inteligência", também eu defendo
que "só na autonomia e pela autonomia é que se realiza uma verdadeira
educação".
Todavia, precisamos ir mais longe nessa reflexão. Quanto às
"turmas grandes", mencionadas na pergunta anterior, pouco posso dizer.
É muito difícil responder a questões que se prendem à falta de
condições para uma escola de qualidade. Podemos lamentar. Podemos
dizer que há colegas que, em condições idênticas, fazem verdadeiros
milagres. Podemos explicar a necessidade de recorrer a certas técnicas
e métodos de ensino. Mas é uma conversa um pouco redonda... Temos uma
responsabilidade como educadores.
Ninguém dirá que os milhares de
cientistas que dedicaram sua vida à procura de uma cura para o câncer
são todos uns incompetentes e malsucedidos. Na ciência, é possível não
ter resultados, pelo menos a curto e médio prazos. Na educação, não é.
É verdade que a aprendizagem não se decreta. E que não podemos obrigar
ninguém a aprender. Porém, essa constatação não reduz em nada a nossa
responsabilidade de ensinar. É o compromisso com a educação de todas
as crianças que nos dignifica como educadores e dá sentido à nossa
profissão.

Pátio - Do seu ponto de vista, quais os desafios para o professor do
século XXI e como enfrentá-los?
Nóvoa - Poderia responder de muitas maneiras e todas imperfeitas.
Falarei apenas de três desafios: a lucidez, a coerência e a abertura.

O professor trabalha em uma sociedade em permanente mudança,
atravessada por conflitos e dilemas difíceis de resolver. O pensamento
dicotômico não traz nenhuma solução: Educação ou instrução?
Aprendizagem ou ensino? Desenvolvimento da pessoa ou aquisição do
conhecimento? Liberdade ou autoridade? Métodos ou conteúdos? Interesse
ou esforço? O drama do professor é a impossibilidade de optar por um
ou por outro desses termos, pois o ato educativo só se completa quando
eles se encontram e se transformam em um só. O primeiro desafio do
professor é o desafio da lucidez. Ele deve possuir os instrumentos
para uma análise séria e informada, que lhe permita encontrar, em
colaboração com os seus colegas, as soluções mais adequadas para
educar todas as crianças.

As sociedades atuais têm leituras muito complexas, e os professores
são chamados a desempenhar inúmeras tarefas e missões. Por vezes,
sonhamos com uma escola calma e tranqüila, freqüentada por alunos
disciplinados e movidos por um enorme desejo de aprender. Contudo,
este é um retrato idílico da escola, o qual não corresponde de forma
alguma à realidade. Hoje, os professores necessitam não só de uma
formação bastante sólida, mas também de dispositivos de acompanhamento
e de reflexão. É isso que lhes permite responder ao desafio da
coerência, não reagindo de modo avulso à panóplia de solicitações (de
métodos novos, de técnicas, de projetos, de iniciativas, de
tecnologias, etc.), mas mantendo uma grande serenidade baseada em um
modo pessoal, único, de serem professores.

Freqüentemente, as escolas são espaços fechados ao mundo, fechados às
novas realidades sociais, fechados à ciência, à arte, à cultura. Os
professores reconfortam-se, por vezes, na imagem da escola-
recolhimento, da escola como espaço afastado do mundo onde as crianças
possam crescer como crianças. É uma imagem que também eu gosto de
partilhar. Mas ela não é contraditória com o desafio da abertura, com
a necessidade de trazer a contemporaneidade para dentro das escolas.
Em uma sociedade que se quer do conhecimento, as escolas não podem ser
"instituições fossilizadas" e têm de participar das "redes" e das
"teias" que tecem o nosso século.

Ser professor implica um corpo-a-corpo permanente com a vida dos
outros e com a nossa própria vida. Implica um esforço diário de
reflexão e de partilha. Implica acreditar na educabilidade de todas as
crianças e construir os meios pedagógicos para concretizá-la. Será por
isso que Freud lhe chamou o ofício impossível? Provavelmente. Ser
professor é o mais impossível e o mais necessário de todos os ofícios.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

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sábado, 16 de outubro de 2010

Aspectos Gerenciais e de Gestão

3.1 Tecendo Saberes na Rede: O Moodle como espaço significativo de Leitura e de Escrita

Vivemos um momento na educação nacional em que a figura do professor anda desgastada. O processo de ensino-aprendizagem pelo qual passam aluno e professor está defasado pela falta de recursos nas escolas. O governo ainda faz muito pouco pelo que deveria vir em primeiro lugar nas questões relacionadas ao desenvolvimento do país: a educação.
Entretanto, nosso trabalho não visa tratar de questões políticas, já que é evidente que o problema vem de longa data e precisa ser muito discutido.
Pretendemos, através de nosso projeto, ajudar o professor nas questões didáticas e, também, no fornecimento de subsídios para que este possa aprimorar seus conhecimentos e redefinir suas práticas de ensino.

Antes de partirmos para o objetivo de nosso trabalho, precisa-se entende melhor o significado das palavras aprender e ensinar.
Para o aprendiz há uma necessidade de resolver algum problema, ou procurar por respostas que despertaram a sua curiosidade em relação a algum determinado assunto. Para tanto, ele precisa ser motivado. O motivador, no caso, será o professor. O docente não pode fornecer as respostas para as dúvidas de seus alunos, ele precisa incentivá-lo a procurar por elas. Então, o professor passa a ser o mediador entre o aluno e o conhecimento. E a busca pelo conhecimento é gratificante tanto para o aluno quanto para o professor.

O aluno passa a ter uma necessidade e um objetivo. O educador irá ajudá-lo, preparando-o, através de leituras, questionamentos, indicações. Ou seja, o mestre irá indicar o caminho para auxiliar seu aluno, sem com isso, interferir na caminhada.

O aluno interessado na resolução de seu problema deverá fazer testes, pesquisas, tentativas. O mediador irá acompanhá-lo de perto, no caso de o aprendiz necessitar de sua ajuda. Se o resultado for positivo, o aluno continuará na jornada pelo conhecimento, fará novos testes, buscará por outras respostas para novas dúvidas. Se o resultado for negativo e o aluno, apesar do companheirismo do professor, desistir das respostas estará desistindo, na verdade, de construir e conhecer um novo mundo com novas possibilidades.

Nesse processo de ensino- aprendizagem, o mediador será o elemento principal, pois precisa saber preparar o aluno para lidar com sucessos e fracassos, tendo em vista que, nem sempre ganhamos e nem sempre perdemos. O resultado do esforço, do empenho de cada aluno dependerá de quanto ele insistir em fazer dar certo.

A recompensa do aluno é o próprio ato de aprender, de entender, de conhecer algo novo. Um bom professor sabe que, quando um aluno conhece algo novo, aprende várias coisas importantes, tais como: um novo conhecimento (fixado na memória); uma melhor operação mental e motora; uma confiança em sua própria capacidade de aprender, de realizar suas necessidades e uma maneira de lidar e controlar suas emoções para que elas contribuam para a sua aprendizagem.

(...) a aprendizagem é um processo integrado no qual toda a pessoa (intelecto, afetividade, sistema muscular) se mobiliza de maneira orgânica. Em outras palavras, a aprendizagem é um processo qualitativo, pelo qual a pessoa fica melhor preparada para novas aprendizagens. Não se trata, pois, de um aumento quantitativo de conhecimentos mas de uma transformação estrutural da inteligência da pessoa (...) (Gadotti, 2005, p. 25)


O ato de ensinar não é, como já foi dito anteriormente, o simples fato de dar as respostas prontas para o aluno, tampouco o de repassar conteúdo. O professor, detentor de um conhecimento elevado (afinal, estudou, se esforçou para isso) tem o material didático preparado para dar a sua aula, para instruir. Contudo, o fator determinante no processo de aprendizagem é a sua relação com o aluno.

Além de dominar o conteúdo a ser ensinado, o docente precisa estimular seu aluno, através de metodologias que os aproximem. Quando há uma boa relação professor-aluno o ato de aprender é muito mais fácil. Pois, sendo amigo do aprendiz, elogiando seus progressos, estimulando sua curiosidade e a busca pelas respostas, o professor construirá junto com seu aluno um novo conhecimento, não haverá, portanto, o simples repasse de conteúdo e, sim, o conhecimento em toda a sua plenitude.
Quando o aluno tem voz em sala de aula, sente-se motivado a falar sobre o que lhe interessa saber, ou compartilhar o que já sabe com seus colegas e educador. E, assim sendo, todos se sentirão à vontade para questionar, comentar, debater ou refutar novas ideias. O conhecimento é um processo coletivo.

Após entendermos melhor o real significado de ensinar e aprender precisamos salientar que, para tanto, o professor precisa estar muito bem preparado para ajudar seu aluno.

A padronização do conhecimento nas escolas nada mais é do que um limitar da autonomia do professor. Como o docente realizará um trabalho mais aprimorado, levando novas alternativas para que os alunos desenvolvam melhor suas habilidades se a escola o impede de inovar sua prática docente? Não há como melhorar a qualidade do ensino no país se o professor não tiver autonomia para trabalhar o aprendizado com seus alunos. E mais, o livro didático já foi muito criticado e debatido, mas permanece como forte instrumento de ensino nas escolas, vindo diretamente do governo, que determina o que deverá ser trabalhado em cada área (matemática, português, ciências, história...).

Não cabe a análise do livro didático na proposta de nosso projeto, mas vale lembrar que o tema deve ser levantado pelas escolas de maneira mais séria, avaliando até que ponto um produto pronto é válido para nossos alunos.

O que pretendemos, de fato, é auxiliar o professor com uma nova ferramenta de ensino para que possa trabalhar com mais autonomia utilizando-se dos saberes que o aluno traz de casa. As vivências, as experiências de cada um são importantes na construção de um laço de amizade e compreensão mútua entre aluno e professor. Partindo daí, o professor, deverá trabalhar sua auto-estima, promover um ambiente agradável em que todos se respeitem e compartilhem informações.

Como os alunos lêem cada vez mais pela internet, pretendemos criar uma plataforma on-line em que a abordagem de ensino seja construtivista (aprender sobre o universo físico e sobre o universo social).
Já existem plataformas on-line que ganham, a cada dia, importante destaque para o futuro do ensino. No entanto, o professor precisará aprender a se envolver, a conduzir o processo de ensino-aprendizagem nesses ambientes virtuais de aprendizagem para que possa lidar com essa geração NET.
Esses ambientes virtuais são conhecidos como AVA e MOODLE: são espaços/alternativas viáveis para abrir caminhos para sujeitos interagirem ressignificando as atividades de linguagem. Também são conhecidos como sendo o campo do possível, onde o sujeito-aluno organiza e expressa o seu pensamento, refletindo sua visão do mundo.

Nesses espaços virtuais, o sujeito leitor-autor conhece novas possibilidades técnicas e novos valores socioculturais, já que está em constante interação com demais colegas e com seu professor-mediador.

O Moodle foi desenvolvido para distribuição livre, visando à produção de cursos on-line com qualidade, sob o controle e organização do professor. O que vale destacar é que o Moodle está sempre em processo de mudança, de reconstrução para que possa atender melhor às demandas de um ensino-aprendizagem onde a palavra chave é a interatividade.

No entanto, o sucesso desse ambiente virtual depende do projeto-pedagógico-comunicacional do professor-mediador, sendo esse configurado com base numa abordagem pedagógica. É importante que o Moodle se efetive como um espaço de reflexão crítica, colaboração e integração entre os membros da comunidade virtual.

Através das chamadas interfaces: fórum, “chat”, diário, “wiki”, o Moodle poderá promover, entre os sujeitos que nele vivenciam a leitura e a escrita, um novo modo de experimentar essas práticas sugerindo continuidade.
Leitura e escrita: práticas sociointerativas. O Moodle amplifica essas práticas sendo um espaço de escrita individual ou coletiva, na qual professores e alunos têm a oportunidade de discutir, relacionar, construir, pesquisar, construir trajetórias de aprendizagem. Há o diálogo que promove a descoberta de si, do outro e do mundo em que vivem. Predominam a confiança, o respeito, a ausência de dominação, a inter-relação e o compartilhar de saberes.

A interface “chat” do Moodle comporta inúmeras formas de dizer/escrever; é viabilizadora de produção de sentidos: “costura” novos modos de escrever/ler/tecer. Os sujeitos participantes revelam as necessidades de “dizer”, os saberes, desejos e valores. O que ainda não ocorre no espaço convencional da escola. É o aluno trazendo as marcas de suas histórias de vida para compartilhar com o outro.

A interface “diário” é um espaço de produção textual onde a escrita é individual e a leitura desta é restrita ao professor e aos sujeitos-autores.

Nas interfaces “fórum” e “wiki” os envolvidos estabelecem conexões relevantes. Através dessas interfaces os alunos podem navegar, se comunicar, questionar, sendo o professor o mediador.

O Moodle cria caminhos pra a autonomia do aluno, transformando a educação de produção/reprodução para processo/criatividade.

O Moodle fomentou a escrita coletiva, fazendo com que as relações de aprendizagem se apresentassem nesse ambiente como processos sociais mais amplos, onde às práticas sociais em que a leitura e a escrita não são neutras, mas são responsáveis por reforçar ou questionar valores, tradições e padrões de poder presentes no contexto social.

Conhecendo melhor essas plataformas de ensino à distância, abre-se um leque de novas possibilidades de ensino tanto para professores quanto para alunos. Com os cursos disponibilizados on-line os educadores podem se aperfeiçoar na carreira docente e o aluno, conhecendo e interagindo com outros, pode tornar-se um cidadão mais pensante e atuante, contribuindo para uma sociedade justa, onde possa se fazer ouvir.


PS: usei outros textos, tais como: Aprendizes do futuro: as inovações começaram (disponibilizado no desafio 2) e Estratégias de Ensino-Aprendizagem, de Juan Diaz Bordenave e Adair Martins pereira. Editora Vozes. Petrópolis. 2005.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma mente mediada pelas TIC´s – a evolução esperada


Os docentes de hoje enfrentam dificuldades ao lidar com a inclusão das novas tecnologias aplicadas à educação tradicional pois desconhecem dois fatores fundamentais que ocorrem com o atual corpo discente: A condição do aluno “imigrante digital” e o aluno “nativo digital”. Aprender a reconhecer ambos é fundamental para aplicação de soluções frente à nova realidade de educação virtual.

Mas quem são esses imigrantes e nativos digitais? Os imigrantes digitais são os alunos provenientes de uma cultura tecnológica anterior organizada em torno de textos impressos e da codificação analógica de recursos para educação mediada por computadores. Já os nativos digitais, cuja característica os distingue pela facilidade lidam com o uso de recursos oferecidos pela interação no ciberespaço. A diferença fundamental pauta-se no recebimento de informação, codificação e compartilhamento de processos construídos mediante oferta na web 2.0 (pautada na interação e colaboratividade entre indivíduos ex: wikis).

Mas o que isso tem a ver com os docentes e as formas como esses professores trabalham as metodologias de ensino mediadas pelo computador? A mudança do aluno quanto à condição de adquirirem o conhecimento nos dias de hoje.

Muito se fala sobre a colaboratividade e ações de aprendizagens pautadas na interação do aluno x máquina. Esses alunos tornam-se editores do próprio saber e demonstram competência em não apenas “possuir” o conhecimento mas localizá-lo, comunicá-lo e compartilhá-lo no mesmo momento em que está sendo produzido. Estariam os professores prontos e dispostos à, assim como seus alunos, receber informações “cruas”, seleciona-las segundo critérios idiossincráticos, transpô-los para uma linguagem coloquial e apresentá-las da mesma forma e com a mesma rapidez em que seus alunos os apresentam em salas de aulas?

As TIC´s promovem decididamente essas ações de imediatismo. Com os atuais recursos digitais os alunos passam a produzir conteúdos – o que é considerado a própria essência da interatividade que a tecnologia oferece.

Com a chegada da tecnologia a realidade pode e deve ser reconstruída, sem que necessariamente, corresponda a um modelo original extraído da realidade percebida – graças em parte à realidade virtual e suas aplicabilidades de simulação.

As conseqüências desta mudança para a Educação são imensas e já discutem-se valores fundamentais que sustentam o currículo tradicional – a da cultura erudita (da certeza, da verdade, da veracidade, da autoridade do professor, da submissão do aluno, da credibilidade dos conteúdos ensinados e muitas vezes negociados com a comunidade educacional à que pertencem).

O futuro não é mais o pólo que orienta a vida do indivíduo (ao que tudo indica) mas sim o imediatismo em que tudo ocorre no aqui e no agora desafiando as leis da física em que um corpo não ocupa o mesmo local ao mesmo tempo. Estamos percorrendo uma estrada em que tudo deve ocorrer no momento presente em que existe cada vez mais dificuldades de adiar os desejos e decisões.

Os processos educacionais tentam chamar a atenção para a importância de parar e pensar para analisar, refletir, antes de concluir com uma resposta apressada. Quando se trata de educação a comunicação assíncrona deveria ser reavaliada. Porém a socialização influenciada pelas TIC´s constituem-se num novo paradigma de construção do conhecimento: o da mente mediada pelos instrumentos tecnológicos – mas então, como o professor, ou melhor, o docente vai trabalhar essa questão? Que tal iniciar pensando nas funções cognitivas do nosso cérebro frente à naturalização das TICs na construção do conhecimento?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CURSO TESTE - DOI - PROGRAMA

Curso CAMEO – DOI: Docência Online Independente


PROGRAMA



1.     AMBIENTE DE APRENDIZEGEM – AVA:
1.1.   MOODLE: USANDO COMUNIDADES DE APRENDIZES PARA CRIAR UM SISTEMA DE FONTE ABERTA DE GERENCIAMENTO DE CURSO 15
Martin Dougiamas e Peter C. Taylor
1.2.   MOODLE: MODA, MANIA OU INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO? 35
Luís Valente, Paulo Moreira e Paulo Dias

2.     ESTILO E ESTRATÉGIA NO AMBIENTE DE APRENDIZAGEM
2.1.   A INTERMEDIAÇÃO PEDAGÓGICA MÚLTIPLA NO UNIVERSO DAS TIC E MOODLE 55
Alexandre Okada
2.2.   OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM E O AMBIENTE DE APRENDIZAGEM MOODLE

3.     ASPECTOS GERENCIAIS E DE GESTÃO
3.1.   TECENDO SABERES NA REDE: O MOODLE COMO ESPAÇO SIGNIFICATIVO DE LEITURA E ESCRITA 143
Odbália Ferraz
3.2.   O USO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NUMA PERSPECTIVA DE AUTOGESTÃO 165
Teresinha Fróes Burnham, Gabriela Rezende Pinto,
Nicia Cristina Rocha Riccio e Socorro Aparecida Cabral Pereira

4.     MAIS ASPECTOS PEDAGÓGICOS
4.1.   UM OLHAR PEDAGÓGICO DAS INTERFACES DO MOODLE 187
Lynn Alves
4.2.   OBJETOS DIGITAIS DE APRENDIZAGEM E SCORM INTEGRAÇÃO NO MOODLE 203
Antonio Carlos dos S. Souza e Lynn Alves
4.3.   A INTERFACE GLOSSÁRIO DO MOODLE E CONSTRUÇÃO INTERATIVA DE CONTEÚDOS ABERTOS EM CURSOS ONLINE 235
Edméa Oliveira dos Santos e Maristela Midlej Silva de Araújo

5.     PLANEJAMENTO NA PRÁTICA
5.1.   COMO PLANEJAR E DESENVOLVER UM LABORATORIO VIRTUAL NO MOODLE? 257
João Batista Bottentuit Junior e Clara Pereira Coutinho
5.2.   DOCÊNCIA ONLINE INDEPENDENTE: DO CONCEITO À PRÁTICA COM O MOODLE 293
Leonel Tractenberg e Régis Tractenberg

6.     FERRAMENTAS
6.1.   USO DE EAD SÍNCRONA INTEGRADA AO MOODLE 315
Giovanni Farias
6.2.   EASY – FERRAMENTA PARA MEDIAR A INTERAÇÃO ENTRE OS DEFICIENTES VISUAIS E O AMBIENTE MOODLE 329
Andre Rezende

7.     EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO
7.1.   AMBIENTE MOODLE COMO APOIO AO ENSINO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA. 347
Mário Sérgio da Silva Brito e Antonio Luis Lordelo Andrade
7.2.   MOODLE: USING LEARNING COMMUNITIES TO CREATE AN OPEN SOURCE COURSE MANAGEMENT SYSTEM 365
Martin Dougiamas e Peter C. Taylor

8.     OUTROS ASSUNTOS
8.1.   A QUESTÃO DA REMUNERAÇÃO DO DOCENTE ON LINE
8.2.   DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO ELETRÔNICA

9.     CONSIDERAÇÕES FINAIS
9.1.   NATIVOS E ANALFABETOS DIGITAIS – QUEM SÃO
9.2.   ROMPENDO BARREIRAS
9.3.   CONSIDERAÇÕES FINAIS

10.ENCERRAMENTO