quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma mente mediada pelas TIC´s – a evolução esperada


Os docentes de hoje enfrentam dificuldades ao lidar com a inclusão das novas tecnologias aplicadas à educação tradicional pois desconhecem dois fatores fundamentais que ocorrem com o atual corpo discente: A condição do aluno “imigrante digital” e o aluno “nativo digital”. Aprender a reconhecer ambos é fundamental para aplicação de soluções frente à nova realidade de educação virtual.

Mas quem são esses imigrantes e nativos digitais? Os imigrantes digitais são os alunos provenientes de uma cultura tecnológica anterior organizada em torno de textos impressos e da codificação analógica de recursos para educação mediada por computadores. Já os nativos digitais, cuja característica os distingue pela facilidade lidam com o uso de recursos oferecidos pela interação no ciberespaço. A diferença fundamental pauta-se no recebimento de informação, codificação e compartilhamento de processos construídos mediante oferta na web 2.0 (pautada na interação e colaboratividade entre indivíduos ex: wikis).

Mas o que isso tem a ver com os docentes e as formas como esses professores trabalham as metodologias de ensino mediadas pelo computador? A mudança do aluno quanto à condição de adquirirem o conhecimento nos dias de hoje.

Muito se fala sobre a colaboratividade e ações de aprendizagens pautadas na interação do aluno x máquina. Esses alunos tornam-se editores do próprio saber e demonstram competência em não apenas “possuir” o conhecimento mas localizá-lo, comunicá-lo e compartilhá-lo no mesmo momento em que está sendo produzido. Estariam os professores prontos e dispostos à, assim como seus alunos, receber informações “cruas”, seleciona-las segundo critérios idiossincráticos, transpô-los para uma linguagem coloquial e apresentá-las da mesma forma e com a mesma rapidez em que seus alunos os apresentam em salas de aulas?

As TIC´s promovem decididamente essas ações de imediatismo. Com os atuais recursos digitais os alunos passam a produzir conteúdos – o que é considerado a própria essência da interatividade que a tecnologia oferece.

Com a chegada da tecnologia a realidade pode e deve ser reconstruída, sem que necessariamente, corresponda a um modelo original extraído da realidade percebida – graças em parte à realidade virtual e suas aplicabilidades de simulação.

As conseqüências desta mudança para a Educação são imensas e já discutem-se valores fundamentais que sustentam o currículo tradicional – a da cultura erudita (da certeza, da verdade, da veracidade, da autoridade do professor, da submissão do aluno, da credibilidade dos conteúdos ensinados e muitas vezes negociados com a comunidade educacional à que pertencem).

O futuro não é mais o pólo que orienta a vida do indivíduo (ao que tudo indica) mas sim o imediatismo em que tudo ocorre no aqui e no agora desafiando as leis da física em que um corpo não ocupa o mesmo local ao mesmo tempo. Estamos percorrendo uma estrada em que tudo deve ocorrer no momento presente em que existe cada vez mais dificuldades de adiar os desejos e decisões.

Os processos educacionais tentam chamar a atenção para a importância de parar e pensar para analisar, refletir, antes de concluir com uma resposta apressada. Quando se trata de educação a comunicação assíncrona deveria ser reavaliada. Porém a socialização influenciada pelas TIC´s constituem-se num novo paradigma de construção do conhecimento: o da mente mediada pelos instrumentos tecnológicos – mas então, como o professor, ou melhor, o docente vai trabalhar essa questão? Que tal iniciar pensando nas funções cognitivas do nosso cérebro frente à naturalização das TICs na construção do conhecimento?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário!!!