Na escola onde você estuda, pode usar o celular na aula? Não? E jogar videogame enquanto a professora escreve na lousa? Pois saiba que, em alguns colégios, isso já acontece. E o legal é que nem é na hora do recreio!
Tudo por causa das novas tecnologias, que estão chegando também nas salas de aula. Já tem até professores na Inglaterra dizendo que daqui a 20 anos as provas vão ser feitas pelo computador. Será o fim de papel e caneta?
Até o jeito de ler está mudando. Na Bienal do Livro deste ano, a Editora Globo mostrou uma prévia da obra A Menina do Narizinho Arrebitado, de Monteiro Lobato, que está sendo adaptada para iPad (sem previsão para lançar). Na tela, dá para mexer nos desenhos enquanto lê a história!
Veja o que já está acontecendo e imagine como será a escola do futuro.
Imagine uma sala de aula sem quadro negro e giz. Como a professora faz para ensinar a lição? Fácil: com a lousa digital. E já existe até criança tendo aula com ela! Algumas escolas públicas de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, por exemplo, adotaram a tecnologia em 2010.
A lousa é uma tela branca, em que são projetadas as imagens enviadas por um computador. O professor pode escrever na hora (e você acompanha ao vivo na tela), mostrar uma lição já digitada e até navegar pela internet.
O legal é que, com uma caneta especial, você grifa um texto, clica nas páginas e até desenha direto na tela.
"No futuro, vai ter professor holográfico. Ninguém precisará ir para a escola, e ele ficará andando pela sua casa enquanto ensina."
Matheus Abrão, 11 anos
O seu professor tem arrepios de ouvir falar em celular dentro de sala de aula? Ele tem razão: o aparelho atrapalha. Mas dá para transformar esse "inimigo" em amigo.
Foi o que fez a Escola Viva, de São Paulo. O aluno Pedro Boemer de Carvalho Cunha, de 12 anos, e seus amigos estudaram nas aulas de Português as diferentes formas de mandar uma mensagem (e aí entrou SMS, e-mail, Orkut, Facebook e MSN). Depois, tiveram de inventar uma história usando tais formatos.
"A gente queria mostrar que, quando o aluno chega em casa, ele continua estudando português. Só que pelo MSN", conta a professora Lucy Santin Bergamo.
"Os professores serão robôs que vão ensinar tudo para os alunos só de encostar o dedo na testa deles."
Pedro Boemer de Carvalho Cunha, 12 anos
No colégio São Luís, em São Paulo, existe um braço mecânico que, sozinho, pega a bolinha de um lado e a coloca em outro. Sabe quem inventou? Um aluno de 11 anos! Benny Chun Ng faz o curso de robótica da escola desde os 7. Lá, as crianças também já criaram uma lixeira que abre a tampa por controle remoto, um robô que sente a presença da luz e aciona seus óculos escuros e uma casa de Lego que abre a porta da garagem ao sentir a aproximação do carrinho. Incrível, não?
Se antes os alunos precisavam emprestar o caderno do colega quando faltavam, agora eles podem pegar pela internet o material perdido. Isso já funciona em algumas escolas, como no Colégio Santo Américo, de São Paulo. As colegas Isadora Bittencourt (à direita, na foto) e Beatriz D’Ávila Pereira da Silva, ambas com 10 anos, não só recuperam o conteúdo, como usam o sistema de Educação a Distância (EAD) para complementar o estudo. "É bom, porque dá para estudar quando tem prova", conta Beatriz. "E tem uns jogos legais para a gente brincar aprendendo", completa Isadora.
No colégio paulistano I. L. Peretz, os alunos do 2º ano se uniram para fazer um livro sobre o meio ambiente. Até aí, tudo normal. Mas e se a gente disser que ele era "digital"? Verdade!
Quase tudo foi feito no computador: eles pesquisaram na internet, digitalizaram os desenhos e as colagens de fotos e escreveram no Power Point (com letras animadas e tudo!).
A aluna Isabela Vinocur Kocinas, de 7 anos, usou até o e-mail para perguntar a uma artesã como se fazia bonequinha de feltro. O livro fez sucesso: muitos repetiram a novidade em casa.
E daqui a alguns anos?
Para a pesquisadora Samantha Kutscka, da Escola do Futuro da USP, a escola vai ser bem divertida daqui a algum tempo. As aulas serão no espaço que ela chama de "sala-Lego", que junta sala de aula com espaço para informática e até uma pequena biblioteca, tudo em "bloquinhos".
As turmas vão ser bem pequenas, para ficar mais fácil para o professor acompanhar. O videogame deve ser usado como forma de aprendizagem. Todo o mundo vai ter seu próprio notebook, além de um celular 3G.
"Já pensou em receber a lição de casa por mensagem SMS?", brinca.
Jornal Estado de São Paulo
Dado Carvalho
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