terça-feira, 13 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - RESOLUÇÃO Nº 7, DE 8 DE SETEMBRO DE 2011

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 8 DE SETEMBRO DE 2011

Dispõe sobre a revogação das normas para o credenciamento especial
de instituições não educacionais, na modalidade presencial e a distância,
e dá outras providências.

O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º, § 2º, alínea "h", da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995, e no art. 44 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e tendo em vista o Parecer CNE/CP nº 3/2011, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 5/8/2011, resolve:

Art. 1º Fica extinta a possibilidade de credenciamento especial de instituições não educacionais para a oferta de cursos de especialização, nas modalidades de educação presencial e a distância.

Art. 2º As escolas de governo criadas e mantidas pelo Poder Público, precipuamente para a formação e o desenvolvimento de servidores públicos, na forma do art. 39, § 2º, da Constituição Federal de 1988, e do Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, poderão oferecer
cursos de especialização na modalidade de pós-graduação lato sensu, nos termos da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007, desde que se submetam a processo de credenciamento educacional pelo Ministério da Educação.

Art. 3º As instituições que tenham protocolado, tempestivamente, pedido de renovação do credenciamento especial, poderão praticar os atos acadêmicos e administrativos para a conclusão da formação dos estudantes ingressados até o dia 31 de julho de 2011, mantendo-se a referência ao credenciamento especial do MEC exclusivamente para esses atos.

Art. 4º As instituições não educacionais já especialmente credenciadas, cujo ato autorizativo em vigor não estipulou prazo de duração e que se enquadravam na condição estabelecida pelo art. 9º da Resolução CNE/CES nº 5, de 25 de setembro de 2008, ora revogada, poderão praticar os atos acadêmicos e administrativos para a conclusão da formação dos estudantes ingressados até o dia 31 de julho de 2011.

Parágrafo único. Os atos autorizativos de credenciamento especial com prazo determinado, ainda em vigor, permanecem válidos até o vencimento, não podendo ser renovados ou prorrogados.

Art. 5º Os processos de credenciamento especial em tramitação, tanto nas Secretarias do Ministério da Educação quanto no Conselho Nacional de Educação, e ainda não decididos, serão arquivados após a publicação da presente Resolução, ressalvado o disposto no art. 2º.
Art. 6º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados a Resolução CNE/CES nº 5, de 25 de setembro de 2008, o § 4º do art. 1º da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007, e a Resolução CNE/CES nº 4, de 16 de fevereiro de 2011, ao mesmo tempo em que ficam sem efeitos os Pareceres CNE/CES nº 82/2008 e CNE/CES nº 908/1998.

PAULO SPELLER

(Publicada no DOU Nº 174, seção 1, quinta-feira, 9 de setembro de 2011, página 25)
Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico
http://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 00012011090900025

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Adobe Edge – Ferramenta de desenvolvimento em HTML5

Adobe Edge – Ferramenta de desenvolvimento em HTML5

Adobe Edge – Ferramenta de desenvolvimento em HTML5






Adobe acaba de lançar (gratuitamente) a ferramenta de desenvolvimento de conteúdo Web em HTML5 chamada Edge. Vocês estão considerando seu uso no desenvolvimento de conteúdo pra #EaD ?
Seria essa mais uma indicação da direção da Web rumo à padrões mais abertos?


Tutor EaD: Reflexões para o I Seminário Nacional de Tutores -...


"Todos nós que participamos da educação a distância (ead) estamos co-construindo as definições que esse setor estabelece. Aqui no Brasil o ..."

Leia mais no link acima (é importante!!!)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tutor EaD: ANATED consegue liminar para cessar campanha pejor...


Nossa missão é elevar a qualidade da educação, por meio da ação direta do tutor, na qual temos a certeza que a excelência deste processo passa por nossas mãos. Mas, antes disso, temos que estar em defesa da educação a distância e de todos que nela laboram e se dedicam, fazendo o seu melhor, em especial, os nossos alunos, que neste caso, estavam sendo muito prejudicados. Porém, não é o simples defender por defender e ponto final! Quando se pensa desta forma, inevitavelmente caímos em deslizes, sem que percebamos as falhas e fragilidades que muitas vezes está a um palmo do nosso nariz, sem sequer percebemos.

Afirmamos isso porque queremos estar lado a lado das instituições que apresentem, de maneira séria, consistente e responsável, propostas de melhorias para o nosso sistema educacional, seja ele presencial ou a distância. Mas você deve estar se perguntando agora: aonde estamos querendo chegar?  E a resposta é simples: na campanha promovida pelo conjunto CFESS, cujo slogan é “Educação não é fast-food – Diga não à graduação em serviço social a distância”. Muito bem, sobre este assunto a ANATED já conseguiu uma liminar na Justiça Federal, deferida no último dia 28/07, que determinou a cessação e o recolhimento de todo material promocional e que deverá ser cumprida nos próximos dias.

Excessos a parte da referida campanha (entende-se por excessos: vídeos, material gráfico e spot de rádio com falsas informações), se fizermos uma análise de alguns dos pareceres técnicos emitidos pelo CFESS, veremos que existem críticas construtivas que devem ser acolhidas pelos órgãos fiscalizadores (Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior) e pelas demais entidades ligadas ao setor. Inclusive, algumas delas favorecem a nós próprios, os tutores, que merecem mais respeito no exercício de suas funções. Porém, o que jamais iremos aceitar é que alguém, seja quem for, se utilize de maneira escarnecedora, que segundo o dicionário significa ridicularizar, zombar, mofar, fazer pouco de tutores (profissionais em geral da EaD) e alunos, pelo simples fato de "querer chamar a atenção" para o problema educacional brasileiro. Ora, porque não falar do todo, ao invés de apenas boicotar a EaD? Problemas existem em todos os lugares, mas, francamente, você acha esse "excesso" responsável e correto, ainda mais partindo dessa entidade? Veja como entendeu o juiz federal, da 8ª Vara da Subseção Judiciária em Campinas, que apreciou o pedido liminar formulado pela ANATED, quando se deparou com o material juntado nos autos do processo: "As ilustrações em que – tutor não assistente social – prova virtual – estágio sem supervisão – aparecem, respectivamente, em embalagens de batata fritas, sanduíche e refrigerante escarnecem do serviço e de seus consumidores." E continua sua fundamentação, afirmando que: "O conteúdo em som, reproduzido à fl. 05, e vídeos (fl. 32), têm caráter altamente pejorativo ao ensino a distância em serviço social, abusando da simples crítica à qualidade daquele método. E expõem os consumidores deste método ao ridículo, tratando-os como pessoas de pouca inteligência e discernimento."

Só mais uma coisa que precisamos deixar muito claro: longe de nós querer restringir o direito à liberdade de manifestação do pensamento e da expressão, direitos esses consagrados em nossa Constituição Federal! Apenas temos que lembrar que o mesmo dispositivo legal assegura o direito de resposta proporcional ao agravo e a indenização por dano material, moral ou à imagem (artigo 5º, IV, V e IX). Assim, como bem pontua o juiz em sua decisão, “a Constituição Federal reprime os abusos da liberdade da manifestação do pensamento ou de expressão da atividade de comunicação, da qual a propaganda comercial é espécie”.

Ao finalizar, queremos deixar uma mensagem de apoio aos nossos tutores, os quais são verdadeiros heróis, pelos quais passaram por momentos difíceis diante da veiculação desta campanha. Com trabalho sério e comprometimento os resultados aparecem. E o que dizer então para os nossos alunos, que injustamente se depararam com esta situação embaraçosa, de modo desrespeitoso e desnecessário? Sobre este assunto, veja o que consta no site da Associação Brasileira dos Estudantes de EAD (ABE-EAD): "Em Porto Velho, muitos alunos estão sendo rejeitados para o estágio supervisionado. Ou seja, mesmo o curso estando totalmente legalizado junto ao Ministério da Educação – MEC, alunos EAD sofrem com o boicote por parte de alguns profissionais, se é que podemos chamar essas pessoas de profissionais". Sem palavras...  Portanto, neste momento pedimos o seu apoio e que sejamos todos uníssonos em defesa da educação a distância, com qualidade e sem discriminação.

Você que acompanha a ANATED continue seguindo o nosso BLOG. Estaremos atualizando você na frente dos demais veículos de comunicação. Aproveite e poste o seu comentário.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Seleção de tutores bolsistas EMEJA

PROJETO DE ENSINO MÉDIO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS  (EMEJA) - FAETEC/CECIERJ


A Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CECIERJ) está realizando a seleção de 72 tutores bolsistas, sendo seis por disciplina, no período de 20 a 31 de julho. Este projeto será aplicado em oito Unidades de Ensino da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC), os Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs).
O projeto visa uma nova metodologia para o EMEJA a distância, com tutores para atendimento presencial e on-line de alunos e está sendo desenvolvida numa parceria entre a FAETEC e a Fundação CECIERJ, ambas vinculadas à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT).  E se destina prioritariamente a jovens e adultos que estão fazendo cursos de qualificação profissional nos Cvts, tem mais de 18 anos e não concluíram sua escolarização em nível médio. Ela Integra estratégias e recursos da Educação a Distância a momentos presenciais e práticas pedagógicas nos espaços escolares.
Outras informações podem ser obtidas no Edital de Seleção de Bolsistas Tutores disponibilizados na página da Fundação CECIERJ, http://www.cederj.edu.br .

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em defesa do ensino a distância

Embora contraditórios e um tanto polêmicos, os cursos a distância existem há muito tempo; historiadores afirmam que a Grécia e a Roma antigas já ensinavam por correspondência. No Brasil, esse tipo de ensino se fortaleceu a partir de 1930, com o surgimento do Serviço de Radiodifusão Educativa do MEC, cujas aulas eram transmitidas via rádio, acompanhadas por material impresso.

Em 1965 foi criada a TV Educativa, e em 1980 o Telecurso 1º e 2º. graus; este último responsável pela formação de mais de 4 milhões de brasileiros.

A partir de 1960 e 1970, o ensino a distância no País e no mundo manteve os materiais impressos como base e incorporou o áudio, o videocassete, as transmissões de rádio e TV, o videotexto, o computador, e atualmente a tecnologia de multimeios.

Em termos de uso dos meios tecnológicos, o ensino a distância está um passo a frente do ensino presencial.
No final da década de 1990, os cursos a distância no Brasil foram regulamentados por decreto presidencial, e assistimos a uma grande proliferação desses cursos principalmente no Ensino Superior, oferecidos tanto por instituições públicas quanto por instituições privadas.
Os cursos superiores poderão ainda ofertar até 20% de sua grade curricular na modalidade a distância, o que é um avanço significativo e um ganho para os estudantes, que poderão aliar a interatividade tecnológica ao ensino e aprendizagem.

Em Maringá, diversas faculdades particulares oferecem esse tipo de ensino, na graduação e pós-graduação. Destacamos a Universidade Estadual de Maringá, instituição pública estadual pioneira nessa modalidade de ensino, que oferta cursos de graduação a distância, cujo ingresso ocorre por meio de vestibular, além de diversos cursos de pós-graduação.

Essa modalidade de ensino, tanto na UEM quanto nas demais instituições particulares, é caracterizada pela comunicação de múltiplas vias, uma modalidade alternativa para superar as barreiras de tempo e espaço, e seus referenciais, preconizados pela Unesco, englobam os quatro pilares da Educação do Século XXI, válidos também para o ensino presencial: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

Não podemos afirmar que essa modalidade não atinge seus propósitos educacionais como o ensino presencial, já que as prerrogativas preconizadas para ambas as modalidades são as mesmas.
A principal característica do ensino a distância, seja no Ensino Básico, no Profissionalizante, no Ensino Superior ou na Pós-Graduação, é que o aprendiz não fica preso fisicamente em um ambiente formal de ensino-aprendizagem, possibilitando-lhe realizar um autoestudo em tempo diferenciado, o que exige, todavia, muita disciplina e empenho pessoal.

O professor, por sua vez, atua como mediador dos conhecimentos, exigindo uma nova postura diante do ensino. Essa distância física entre aluno e professor seria o fator que, para alguns, tornaria essa modalidade de ensino menos conceituada que a presencial.

Não obstante, o ensino a distância sempre esteve presente na divulgação dos conhecimentos formais ao homem, e os novos avanços tecnológicos atuais permitem a essa modalidade de ensino maior interatividade com as pessoas, constituindo-se em uma alternativa para quem não teve acesso ao ensino presencial, formal.
Frisamos que esse tipo de ensino não é melhor nem pior que o ensino presencial, em que o aluno está fisicamente presente: quem determina o aprendizado, independentemente da modalidade, se presencial, semipresencial ou a distância, é o aluno, por meio de esforço, dedicação, empenho, e especificamente no caso do EAD, autonomia e muita autodisciplina.

Em outras palavras, quem determina se o ensino e a aprendizagem serão eficientes, em que modalidade estes ocorrerem, são os mediadores desse ensino, as instituições formadoras, os docentes ou instrutores, e particularmente, os aprendizes.


Annie Rose dos Santos
Docente do Departamento de Letras da UEM e doutoranda em Estudos da Linguagem pela UE L

Cinco ideias para entender a EAD


     Estudar à distância, conectado na web, deixou de ser um hábito estranho no Brasil. O número de alunos que têm aulas de graduação via internet cresce a cada ano no país e, em 2009, alcançou 665,8 mil inscrições. Algumas pessoas ainda torcem o nariz para a Educação à Distância (EAD), mas a modalidade pode se tornar ideal para quem quer estudar e mora longe da universidade ou para quem não tem tempo de frequentar aulas regulares.

    Nos últimos dois anos, percebemos, ainda timidamente, que um novo público vem surgindo. São jovens que, de tão acostumados a interagir pela internet, estão preferindo o EAD ao presencial, salienta Waldomiro Loyolla, presidente do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed).

     Confira cinco idéias sobre EAD, verdadeiras ou falsas:

1- Os empregadores preferem candidatos com cursos presenciais. Mentira. Ainda há o preconceito, é claro, mas aos poucos o mercado de trabalho começa a se dar conta, entre outras coisas, que quem faz EAD desenvolve habilidades como autonomia na hora de resolver problemas, responsabilidade, organização, disciplina e, principalmente, percepção para analisar e filtrar informações.

2- O aluno pode aprender sem o professor por perto, sem “o olho no olho”. Verdade. Os professores de EAD também ensinam e cobram como ocorre nas salas de aula. Mas não é porque o aluno não está vendo o professor  que ele não vá aprender. O sucesso das redes sociais prova que o virtual pode ser mais eficaz do que o presencial.

3- EAD não tem professor nem aula, e o aluno estuda a hora que quer. Mentira. Na EAD, professor também cobra, existem encontros presenciais, e o curso também exige bastante dedicação do aluno. O que muda é a metodologia de ensino, que vai ser mais eficaz para uma pessoa, mas pode não ser para outra.

4- Para fazer EAD tem que ser disciplinado. Verdade. Pessoas pouco disciplinadas, pouco comprometidas ou que necessitam de alguém cobrando o tempo inteiro não serão boas candidatas a um curso à distância. Apesar da cobrança, EAD exige que a pessoa se vire bem sozinha.

5- EAD é cômodo, pois realiza o “sonho” de muitos alunos que não gostam de ser cobrados pelo professor e de muitos professores que não gostam de aluno. Mentira. EAD não evita o vínculo entre professor e aluno, que interagem por meio de e-mail, programas de mensagens instantâneas , chats. Quem acha que é mais fácil estudar à distância se decepciona, porque há cobranças semanais para entrega de trabalhos.

Fonte: Zero Hora/Vestibular

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sai resultado da seleção para tutores do Proinfo; Veja as informações


         
                            
 
A Coordenadoria de Tecnologia da Secretaria Estadual da Educação divulgou nesta terça-feira, 07, o resultado da seleção para tutores do Proinfo Integrado - Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional.

Os selecionados são professores efetivos com conhecimento em Tecnologias da Educação e da Comunicação e atuarão como tutores nos cursos de capacitação para outros educadores da rede pública estadual.  Pelo serviço os tutores recebem do FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, uma bolsa de R$765,00 mensais

A tutoria acontece por cerca de 10 meses, tempo previsto para conclusão dos cursos, que acontecem em três etapas: a primeira, ‘Introdução à Educação Digital’, abordará noções básicas para professores que não têm o domínio de computadores e internet; a segunda enfatizará as tecnologias na educação no curso ‘Ensinando e aprendendo com as Tecnologias da Informação e Comunicação’; no terceiro momento os cursistas aprenderão sobre ‘Elaboração de Projetos’.

As três etapas totalizam 180h e serão ministradas na modalidade à distância através do Ambiente Virtual de Aprendizagem E-Proinfo e também prevê encontros presenciais intercalados.

A lista dos classificados está disponível na página eletrônica da Secretaria Estadual da Educação: www.seduc.to.gov.br. (Informações da ascom/Seduc)

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Metade dos alunos do ensino médio noturno não trabalha, diz pesquisa


Levantamento realizado pela ONG Parceiros da Educação mostra que estudantes do ensino médio noturno não estão matriculados durante o dia por falta de vagas; rendimento dos alunos da noite é inferior ao dos que fazem parte das turmas diurnas.

21 de maio de 2011 | 0h 00


Ocimara Balmant - O Estado de S.Paulo

Um levantamento da ONG Parceiros da Educação com 3.249 alunos de 18 escolas de São Paulo mostrou que metade dos estudantes do ensino médio que estudam no período noturno não trabalha.
Segundo a pesquisa, que ouviu estudantes e diretores, os adolescentes não estão matriculados no diurno por falta de espaço físico. Um problema, afirmam os diretores, que se agravou com o acréscimo de um ano no ensino fundamental.
"Com mais crianças na escola, ficou mais difícil ter salas disponíveis para atender aos alunos mais velhos durante o dia", diz Celso Teixeira, diretor da Escola Estadual Luis Gonzaga Travassos da Rosa, na zona sul.
É o caso de Daniele Lira de Freitas, de 17 anos, aluna do 3.º ano do ensino médio na Escola Estadual Francisco Brasiliense Fusco, também na zona sul. Ela nunca trabalhou, mas não conseguiu vaga em outras quatro escolas públicas próximas de sua casa que oferecem vagas durante o dia. Resultado: passa o dia todo esperando chegar o horário da aula. "Tenho certeza de que rendo muito menos do que eu renderia se eu estudasse de dia."
Números da pesquisa mostram essa defasagem no aprendizado. Quanto maior a porcentagem de salas à noite, menor o índice no Idesp. Entre as escolas pesquisadas, a nota das que oferecem o ensino médio durante o dia é o dobro do registrado pelas que só têm o curso noturno.
"Não dá nem para comparar. Eles rendem menos, a indisciplina é muito maior, surgem os problemas com drogas e, o pior de tudo, a evasão é muito grande", diz Teixeira. "No começo do ano, a sala está cheia de alunos. Depois de poucos meses, metade já sumiu."
Somente à noite. Por lá, até o ano passado, o ensino médio era oferecido somente à noite, em seis salas. Dos cerca de 200 alunos, apenas 15% trabalhavam. Para o início de 2011, a empresa parceira do colégio construiu duas novas salas e arranjos no espaço administrativo possibilitaram que outras duas classes pudessem receber alunos do ensino médio. Com isso, o diretor conseguiu montar três turmas do 1.º ano e uma do 2.º ano no período da manhã.
A aluna Karina Augusta Roberto de Carvalho, de 16 anos, que está no 2.º ano, conseguiu uma das vagas. Ela volta a estudar pela manhã, depois de cursar o 1.º no noturno. "É muito melhor. Pela manhã, acordo mais disposta. À noite, eu já chegava cansada, menos disposta, apesar de não ter trabalhado durante o dia."
Karina também acha os professores mais animados. "À noite, eles estão exaustos. Alguns dão aulas nos períodos da manhã, tarde e noite. E no dia que o trânsito está ruim, muitos nem conseguem chegar."
Segundo Teixeira, a mudança de horário e os problemas decorrentes dela transformam o aluno. "Quando saíram do fundamental, que cursavam durante o dia, 70% desses adolescentes tinham rendimento satisfatório. Vão para o noturno, e, ao sair, 90% estão abaixo do básico."
Adaptações. Para os especialistas, aumentar a oferta diurna para o ensino médio é uma resposta às mudanças da sociedade.
"O noturno segue uma lógica antiga, a de que o emprego é pleno e de que todos os jovens precisam trabalhar. O fato é que não há trabalho para todos e há aqueles cujos pais podem sustentar sem que entrem cedo no mercado", diz Wagner Antônio dos Santos, coordenador do programa jovens urbanos do Centro de Estudos e Pesquisa de Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Uma pesquisa do IBGE mostrou que, no País todo, os jovens de 15 a 17 anos estão estudando mais e trabalhando menos. Dos jovens dessa faixa etária, 18,9% deles faziam parte da população economicamente ativa em 2010. É a menor taxa média nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2003, o porcentual era de 26%.
O grande contingente de alunos fora do mercado de trabalho também tem relação com a queda da defasagem entre série e idade. Até há algum tempo, os estudantes chegavam mais velhos ao ensino médio e, portanto, a maioria deles estava empregada. Hoje, os estudantes chegam ao ensino médio com a idade adequada, entre 15 e 18 anos.
A Secretaria Estadual de Educação diz que aumentou a oferta de ensino médio diurno por causa da regularização do fluxo escolar. Segundo o órgão, em 1995, 24,2% dos alunos estudavam no diurno, ao passo que, em 2010, o índice aumentou para 54,9% do total de matrículas.
"É muito. O ensino noturno é uma aberração brasileira. Quando você olha para outros países, é um ensino técnico ou supletivo. Aqui, acabou se institucionalizando o ensino noturno", diz Marcos Magalhães, presidente do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE). "É preciso forçar os professores e escolas a se ajustarem. Temos de atacar e não aprender a conviver com essa distorção."


PARA ENTENDER

Saresp dá "vermelho" ao ensino médio

O resultado do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) mostra que o ensino médio vai mal. Ao terminar o terceiro ano, 57,7% dos alunos tiveram desempenho considerado insuficiente em matemática. Em língua portuguesa, o percentual foi de 37,9%.

Tirar uma nota abaixo do básico - ou insuficiente - significa que o estudante não foi capaz de assimilar o mínimo do conteúdo esperado para aquela disciplina. 



'Professor é mais essencial que nunca', afirma educador

Antonio Nóvoa participou da Feira Educar 2011, que termina neste sábado, e falou à Estadão/ESPN

20 de maio de 2011 | 18h 06

Estadão.edu
Acaba neste sábado, 21, a Feira Educar 2011, evento que reúne uma série de profissionais envolvidos na área. Entre os palestrantes internacionais, participaram o sociólogo italiano Domenico de Masi, o norte-americano David Thornburg, um dos maiores especialistas mundiais em tecnologia na educação, o sociólogo suíço Philippe Perrenoud e o educador espanhol Francesc Imbernón.
Além de ideias sobre a educação, o evento debate até o mobiliário ideal para ser usado. Entre os expositores, estão os cursinhos Positivo, Objetivo, Uno, Pueri Domus e Anglo, as editoras Vozes, Opet e Artmed e os fabricantes de móveis Desk, Metadil e Nilko.
Segundo o organizador do evento, Marco Melo, a feira teve como objetivo a capacitação de educadores, mas também de todas "as pessoas ligadas diretamente ou não à formação das crianças, inclusive os pais".
O reitor da Universidade de Lisboa, o educador Antonio Nóvoa, foi um dos estrangeiros que participaram da feira. Ele comentou com exclusividade à âncora da rádio Estadão/ESPN Mia Bruscato sobre o papel central do professor na Educação, mesmo com revoluções tecnológicas no setor.
"O professor é mais essencial que nunca. Antes ele era a biblioteca viva que transmitia conhecimento. Hoje, o conhecimento não está só no professor, mas em toda a sociedade. Hoje o professor deve criar condições para que os alunos se apropriem desse conhecimento", diz Nóvoa.