Embora contraditórios e um tanto polêmicos, os  cursos a distância  existem há muito tempo; historiadores afirmam que a  Grécia e a Roma  antigas já ensinavam por correspondência. No Brasil,  esse tipo de ensino  se fortaleceu a partir de 1930, com o surgimento do  Serviço de  Radiodifusão Educativa do MEC, cujas aulas eram  transmitidas via rádio,  acompanhadas por material impresso.
Em 1965 foi criada a TV Educativa, e  em 1980 o Telecurso 1º e 2º.  graus; este último responsável pela  formação de mais de 4 milhões de  brasileiros.
A partir de 1960 e 1970, o ensino a distância no País e no mundo  manteve  os materiais impressos como base e incorporou o áudio, o  videocassete,  as transmissões de rádio e TV, o videotexto, o  computador, e atualmente a  tecnologia de multimeios.
Em termos de uso dos meios tecnológicos, o  ensino a distância está um passo a frente do ensino presencial.
No final da década de 1990, os cursos a distância no Brasil foram   regulamentados por decreto presidencial, e assistimos a uma grande   proliferação desses cursos principalmente no Ensino Superior, oferecidos   tanto por instituições públicas quanto por instituições privadas.
Os  cursos superiores poderão ainda ofertar até 20% de sua grade  curricular  na modalidade a distância, o que é um avanço significativo e  um ganho  para os estudantes, que poderão aliar a interatividade  tecnológica ao  ensino e aprendizagem.
Em Maringá, diversas faculdades particulares oferecem esse tipo de   ensino, na graduação e pós-graduação. Destacamos a Universidade Estadual   de Maringá, instituição pública estadual pioneira nessa modalidade de   ensino, que oferta cursos de graduação a distância, cujo ingresso  ocorre  por meio de vestibular, além de diversos cursos de  pós-graduação.
Essa  modalidade de ensino, tanto na UEM quanto nas demais  instituições  particulares, é caracterizada pela comunicação de  múltiplas vias, uma  modalidade alternativa para superar as barreiras de  tempo e espaço, e  seus referenciais, preconizados pela Unesco,  englobam os quatro pilares  da Educação do Século XXI, válidos também  para o ensino presencial:  aprender a conhecer, aprender a fazer,  aprender a viver juntos e  aprender a ser.
Não podemos afirmar que essa modalidade não atinge seus  propósitos  educacionais como o ensino presencial, já que as  prerrogativas  preconizadas para ambas as modalidades são as mesmas.
A principal característica do ensino a distância, seja no Ensino  Básico,  no Profissionalizante, no Ensino Superior ou na Pós-Graduação, é  que o  aprendiz não fica preso fisicamente em um ambiente formal de   ensino-aprendizagem, possibilitando-lhe realizar um autoestudo em tempo   diferenciado, o que exige, todavia, muita disciplina e empenho pessoal.
O  professor, por sua vez, atua como mediador dos conhecimentos,  exigindo  uma nova postura diante do ensino. Essa distância física entre  aluno e  professor seria o fator que, para alguns, tornaria essa  modalidade de  ensino menos conceituada que a presencial.
Não obstante, o ensino a distância sempre esteve presente na  divulgação  dos conhecimentos formais ao homem, e os novos avanços  tecnológicos  atuais permitem a essa modalidade de ensino maior  interatividade com as  pessoas, constituindo-se em uma alternativa para  quem não teve acesso ao  ensino presencial, formal.
Frisamos que esse tipo de ensino não é  melhor nem pior que o ensino  presencial, em que o aluno está fisicamente  presente: quem determina o  aprendizado, independentemente da  modalidade, se presencial,  semipresencial ou a distância, é o aluno, por  meio de esforço,  dedicação, empenho, e especificamente no caso do EAD,  autonomia e muita  autodisciplina.
Em outras palavras, quem determina se o  ensino e a aprendizagem  serão eficientes, em que modalidade estes  ocorrerem, são os mediadores  desse ensino, as instituições formadoras,  os docentes ou instrutores, e  particularmente, os aprendizes.
Annie Rose dos Santos
Docente do Departamento de Letras da UEM e doutoranda em Estudos da Linguagem pela UE L
Annie Rose dos Santos
Docente do Departamento de Letras da UEM e doutoranda em Estudos da Linguagem pela UE L
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